Reforçam brigada médica cubana em Moçambique por Covid-19
Integrada agora por quase 300 colaboradores, a brigada médica cubana em Moçambique reforçou sua composição para contribuir à contenção da Covid-19, confirmou hoje o chefe do agrupamento, Manuel Wong.
A correspondente de Prensa Latina em Angola conheceu do acontecimento mediante reporte da imprensa mozambiquenha que destacaram o recente arribo a Maputo a mais de uma dezena de profissionais da Saúde provenientes daquela nação caribenha.
Por meio das redes sociais, conversamos com o doutor Wong para conhecer detalhes sobre o labor assistencial dos cubanos, cujas primeiras experiências ali começaram faz mais de 40 anos.
Com presença nas 10 províncias mozambiquenhas, a brigada tem nestes momentos um total de 281 experientes na atenção direta aos pacientes em quatro hospitais centrais, 6 provinciais e 3 distritos, explicou o entrevistado.
Ao mesmo tempo, distinguiu, uma dezena de especialistas assume diferentes atividades acadêmicas em duas universidades e um politécnico de formação profissional, localizado na noroeste província de Tete.
Baixo os rigores de uma nova onda da Covid-19, o contingente mantém seus labores nas instalações hospitalarias, isto inclui a atenção aos infectados nas chamadas zonas vermelhas, bem como nos centros de isolamento, indicou.
'Salvou-se um sem-número de vidas', e o 24 de janeiro chegou um reforço de 14 médicos e enfermeiros, todos com preparação em cuidados intensivos para enfrentar o embate da pandemia, disse o especialista em Medicina Geral Integral e mestrado em Promoção de Saúde.
Ao dizer do galeno, há pouco tempo para o descanso entre desastres e pandemias: em março de 2019, exemplificou, viveram o açoite do ciclone Idai, considerado por Nações Unidas como um dos piores eventos meteorológicos na história do hemisfério sul, e poucas semanas depois passou a tormenta Kenneth.
Ante a situação provocada pelo Idai, arribou a terra mozambiquenha a 28 brigada médica Henry Reeve, cujo perfil clínico-cirúrgico e experiência internacional permitiram realizar umas 20 mil consultas médicas e mais de 300 operações naquelas circunstâncias extremas, informou.
Para os que permanecem no país, relatou, o labor assistencial também não resulta fácil devido à irrupção da Covid-19, o impacto a fins de ano passado da tempestade Chanele e do ciclone Eloise em janeiro de 2021.
Nesse palco, doenças transmissíveis como paludismo, HIV-Aids e tuberculose têm uma elevada incidência; estas patologias, unidas às doenças crônicas não transmissíveis, fazem que a esperança de vida seja de mal 50 anos de idade, respondeu.
Segundo apreciou, obstetras, pediatras, anestesistas e intensivistas cubanos nas 10 províncias mozambiquenhas estão fazendo um importante esforço para reduzir a mobilidade e a mortalidade materno-infantil.
Em termos de docência, precisou, os especialistas da Ilha atendem especificamente as carreiras de Medicina e Estomatologia em duas universidades e respondem pela formação de pós- graduação para enfermeiros no instituto politécnico de Tete.
Mas o intercâmbio de conhecimentos vai para além das salas, compartilham saberes durante passe-os de visita aos pacientes, em conferências, seminários e trabalhos investigativos, resenhou.
Atualmente, os serviços médicos de Cuba contemplam a 37 estudantes mozambiquenhos que cursam lá a carreira de Medicina, bem como a formação de três especialistas em imagenologia e igual número de enfermeiros no área materno-infantil, explicou.
Essa vocação humanista é a mesma que inspira a nossa brigada, sintetizou Wong, em nome de um coletivo com importante presença das mulheres cubanas, ao representar mais do 46 por cento dos colaboradores.