Visita de Li Keqiang a Havana, uma meta na relação China-Cuba
A visita oficial a Cuba do primeiro-ministro Li Keqiang, que começa hoje como fim de uma viagem sem precedentes pela a América, que o levou à ONU e ao Canadá, marca uma meta nas relações entre a China e o país caribenho.
Li chegou em 18 de setembro passado em Nova York, para participar na 71ª sessão da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).
Ao longo das reuniões de alto nível na sede desse organismo multilateral, o primeiro-ministro do gigante asiático expôs a visão de Beijing sobre a ordem internacional e o desenvolvimento e o governo global no debate, sua primeira participação nesse organismo desde que assumiu seu cargo.
Também aproveitou para expor a posição da China em alguns assuntos internacionais e para se reunir com líderes de outros países.
Posteriormente, trasladou-se, em 22 de setembro, para a cidade de Ottawa convidado por seu par canadense, Justin Trudeau, para dar início ao que seria a primeira viagem de um chefe de governo chinês a esse país em 13 anos.
Nesse território, falou de assuntos para impulsionar as relações comerciais e políticas, foi testemunha da assinatura de vários convênios de cooperação em diversas áreas e se encontrou com funcionário públicos de alto nível e empresários, além de analisar a possibilidade de um acordo de livre comércio entre ambas as partes.
Na tarde deste sábado, Li deixará Ottawa e chegará em Havana, a convite do General do Exército Raúl Castro Ruz, presidente dos Conselhos de Estado e de Ministros de Cuba.
Esta primeira visita do governante chinês está direcionada a impulsionar a cooperação bilateral em várias áreas e estreitar as excelentes relações entre ambos os territórios. É vista por especialistas como um bom exemplo para o mundo da cooperação Sul-Sul.
Sua passagem na ilha caribenha também semeia uma meta na história das relações entre Cuba e China ao ser a primeira visita oficial em Havana de um primeiro-ministro chinês, desde que os dois países estabeleceram relações diplomáticas, em 28 de setembro de 1960.
Em uma mensagem enviada por Li à ilha e publicada pelo jornal Granma, órgão oficial do Partido Comunista de Cuba (PCC), horas antes de sua chegada, o líder chinês indica que 'Apesar da grande distância geográfica entre China e Cuba, nossa amizade é de longa data. Já em sua luta pela independência e a libertação, muitos chinês-cubanos se lançaram à guerra com toda valentia...'.
A cooperação econômico-comercial constitui a força motriz do desenvolvimento dos laços chino-cubanos. A China é o segundo parceiro comercial de Cuba enquanto Cuba é o primeiro parceiro comercial da China na região caribenha. Os produtos Made in China e Marca Chinesa têm entrado em numerosas casas das famílias cubanas, ao mesmo tempo em que os produtos cubanos como o rum e os charutos são bastante conhecidos na China, disse Li na nota.
Dados publicados pela embaixada do gigante asiático em Cuba indicam que o comércio bilateral entre os dois países continuam em crescimento. De fato, em 2015 foi registrado ao redor de 1,6 bilhões de dólares.
Em 2 de setembro de 2015, Li Keqiang se reuniu nesta capital com Miguel Díaz-Canel Bermúdez, primeiro vice-presidente do Conselho de Estado e de Ministros de Cuba, que viajou a este país para participar das atividades comemorativas do 70º aniversário da Vitória contra a Agressão japonesa e a Guerra Mundial Antifascista.
Cientistas políticos opinam que a presença de Li em Havana, que acontecerá após a realização do VII Congresso do Partido Comunista de Cuba (PCC) em abril passado, mostra o forte apoio da China ao caminho eleito por aquele país e seu povo.
De igual modo, espera-se que as empresas chinesas se beneficiem da histórica visita de Li a Cuba, como parte dos esforços da segunda economia do mundo para seguir abrindo seu mercado internacional.
Durante a visita do primeiro-ministro chinês, ambas as partes assinarão acordos de cooperação em áreas como tecnologia, energia renovável, indústria e proteção do meio ambiente, entre outros, segundo explicou.