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Se os milagres existem, a Cúpula de Copenhague precisa de um

Jovens em vigília noturna no meio de intensas nevadas mostravam a angústia da sociedade civil ante uma morte anunciada: a Cúpula sobre Mudança Climática triunfará só se os milagres existirem.

Presidente russo viaja a cúpula sobre mudança climática


Ainda que possa parecer demasiado pessimista, a frase sintetiza os sentimentos das combativas ONGs e movimentos ecologistas conscientes de que as perspectivas de um acordo de alcance histórico são escassas.

A Conferência das Partes das Nações Unidas a respeito do aquecimento global (COP15) chega no momento da verdade com os mesmos embates entre os países em via de desenvolvimento e os industrializados.

"As coisas vão de mau a pior, em particular pela obstinação dinamarquesa de querer impor um texto que não responde às necessidades para salvar o planeta", disse à Prensa Latina um diplomata em condição de não mencionar seu nome. A primeira cabeça rodante da Cúpula de Copenhague foi precisamente a presidenta da reunião, Connie Hedegaard, ministra de Meio Ambiente do país anfitrião, que renunciou ao cargo para ceder a seu premiê, Lars Loekke Rasmussen.

Nem as palavras conciliadoras do secretário geral da ONU, Ban Ki-moon e muito menos os gerenciamentos de seu marechal de campo, Yvo de Boer, o responsável para a mudança climática da máxima organização mundial, serviram pouco até agora.

De Boer, visivelmente contrariado, disse em seu mais recente contato com a imprensa que "as próximas 24 horas serão cruciais", uma ideia em tom de ultimato que deixa a solução aos negociadores enfrentados.

Os meios de comunicação ocidentais começaram já a colocar no banco dos acusados os países em via de desenvolvimento e as economias emergentes, supostos "culpados" do eventual fracasso das reuniões iniciadas no passado 7 de dezembro.

Tímidas desqualificações aos Estados Unidos, à União Européia e ao G7 em geral, e demasiado bumbo e prato para promessas financeiras e reduções de gases contaminantes abaixo das expectativas.

Os movimentos ecologistas, limitados à mínima expressão em seu acesso ao palácio de congressos Bella Center, não cessaram os protestos e aqueles que tinham ingressado na instalação na terça-feira, se negaram a sair e pressionam por resultados na citada cúpula.

Índia, China, Brasil, Bolívia e Venezuela protestaram ao recalcar que os textos que emergem de um grupo de elite convocado pela Dinamarca não são legítimos e tratam de afundar o Protocolo de Kyoto.

A linguagem incisiva e direta dos presidentes da Venezuela, Hugo Chávez, e Bolívia, Evo Morales, pôs em xeque a tendência das nações mais ricas, que buscam sacar adiante uma declaração de tintas rosas, assim seja um fiasco as negociações.

Fonte: 

Prensa Latina

Data: 

17/12/2009