A proa imutável, sobre as águas da liberdade
Que amanhecer luminoso quando um pedaço de costa se tornou um local inevitável na história da pátria.
Que amanhecer épico quando 81 homens e seu ilustre líder ancoraram na utopia do sonho não realizado do Apóstolo José Martí, para iniciar o único caminho possível em direção à verdadeira liberdade da nação.
Que tremendo despertar naquele 2 de dezembro de 1956, quando os expedicionários do iate Granma desembarcaram, com a energia de Antonio Maceo, a resistência de Máximo Gómez, a vontade irrevogável de Carlos Manuel de Céspedes... e a certeza de um futuro digno para os cubanos.
Ali, naquele ponto do manguezal chamado Los Cayuelos, a cerca de dois quilômetros da praia de Las Coloradas em Niquero, e depois de superar, primeiro, os arriscados preparativos para o exílio, e depois a perigosa viagem de sete dias do México a Cuba, os jovens revolucionários confirmaram, com um salto firme, sua fé em um futuro de justiça e soberania. Fidel estava liderando o caminho.
Talvez seja por isso que não houve tempestade no mar, nem água gelada depois, nem mangue emaranhado antes de tocar a terra, para frear a convicção resoluta de ser livre ou mártir.
O líder revolucionário colocaria então em verde oliva a esperança do país, para cuja defesa, à custa de qualquer sacrifício, haveria uma doutrina: a guerra de todo o povo, com as Forças Armadas Revolucionárias na primeira trincheira, aquela nação armada fundada na mesma data do lendário desembarque, hoje, há 65 anos.
Inspirado por esse exemplo esmagador, um grupo de 82 jovens de todo o país está reeditando, neste dia 2 de dezembro, a chegada da expedição, quando mais uma vez a aurora anuncia que a proa desta Ilha está sempre em curso, nas águas de completa liberdade.