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Mensagem alentadora de médicos cubanos no deserto argelino

Na região desértica da Hamada (inferno) do Sahara, trabalha hoje a Brigada Médica de Cuba que, desde 1978, colabora com a República Árabe Saharaui Democrática (RASD) nos Acampamentos de Refugiados, em Tindouf, Argélia.
 
Integrada atualmente por 13 especialistas (nove médicos, três licenciados em enfermaria e um ecografista), os profissionais de saúde da maior das Antilhas lá atendem 263 mil habitantes, segundo dados da Agência das Nações Unidas para os Refugiados.
 
Em uma área muito árida e arenosa, o pessoal cubano atende a população saharaui em cinco acampamentos distribuídos em cinco wilayas (províncias), as mesmas existentes em seu território do Sahara Ocidental, ocupado pelo Reino de Marrocos: Aaiun, Auserd, Smara, Dajla e Bojador.
 
'Nossa função principal nos acampamentos é prestar atenção médica aos refugiados, que realizamos fundamentalmente no Hospital Nacional Martir Brahim Saled', disse via correio eletrônico à Prensa Latina o doutor Héctor Aurelio Méndez, chefe da Brigada.
 
Com a presença agora de apenas seis cooperantes, o resto está de férias em Cuba, os especialistas caribenhos 'nos dedicamos à tarefa de nos capacitar todos primeiramente', afirmou o cirurgião geral de 60 anos, oriundo da província de Granma, oriente do arquipélago.
 
Explicou que nesse sentido  adotaram medidas de proteção e segurança para evitar contágio e propagação do novo coronavírus SARS-Cov-2, que causa a Covid-19.
 
O médico, com vasta experiência de cooperação internacionalista na Nicarágua, Guatemala, duas vezes na Venezuela e agora na RASD, indicou que além disso 'fomos preparar as condições do local que se atribuiu para o isolamento e atenção dos doentes que poderiam se contagiar'.
 
Também contribuímos com a preparação do pessoal do hospital onde trabalhamos, bem como outros médicos e trabalhadores do Ministério de Saúde, acrescentou.
 
Perguntado sobre a situação da pandemia nos acampamentos, Méndez enfaitzou que 'até agora, por sorte, não temos casos', e de maneira regular cumprimos a capacitação, a modo de nos manter 'atualizados tanto os cooperantes como os saharauies'.
 
Além de atender a situação de emergência com a Covid-19, a Brigada Médica cubana, desde o ano passado, cumpre com a tarefa 'importantíssima' de formar os primeiros especialistas em Medicina Geral Integral nos acampamentos.
 
Com isso, cumprimos o acordo entre Havana e a RASD, e os ministérios de Saúde respectivos, apontou o profissional, e agregou que estes são médicos gerais saharauis formados em Cuba.
 
Esta tarefa é compartilhada entre 'os professores da Brigada e três especialistas saharauies que se somaram', e a mesma está orientada pelo Departamento de pós-graduação do Ministério de Saúde de Cuba e a Universidade Médica de La Habana.
 
O chefe da Brigada Médica quis dar destaque ao jovem de 31 anos Lázaro Rodríguez, quem apesar de sua curta idade e de ser sua primeira missão internacionalista, 'é um colega muito responsável e profissional em seu trabalho e no cumprimento de todas as tarefas orientadas'.
 
Em sua despedida, Méndez transmitiu sua confiança em que com 'a união de todos e a ajuda da população sairemos vitoriosos' no combate à pandemia da Covid-19, que afeta no mundo mais de um milhão de pessoas e já matou mais de 70 mil.

Fonte: 

Prensa Latina

Data: 

07/04/2020