Guerrilha colombiana chama a respeitar cessar-fogo unilateral
A delegação das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia-Exército do Povo (FARC-EP) que participa nesta capital das conversas de paz com o governo insiste hoje em que se respeite o cessar-fogo unilateral.
Há um mês de decretada essa medida, as FARC-EP denunciaram ontem a continuidade de ações militares por parte do governo. Não obstante, decidiram mantê-la.
O representante da delegação insurgente às conversas com sede em Havana, Carlos Antonio Lozada, apontou em uma Carta Aberta dirigida a várias organizações sociais desse país que mantêm a decisão, apesar dos acontecimentos em diferentes regiões da Colômbia.
Ao mesmo tempo, a guerrilha exigiu uma atitude correspondente por parte do governo para que possa ser consolidada a desescalada do conflito, até chegar ao cessar-fogo e de hostilidades bilateral e definitivo.
Lozada realizou um balanço dos ataques militares das forças governamentais, dos quais vários deles ocorreram mesmo o presidente Juan Manuel Santos tendo dado uma ordem pública de suspendê-los.
Mencionou também operações terrestres em vários departamentos, o que considerou uma amostra da falta de vontade política, contrária ao espírito do acordo denominado: "Agilizar em Havana e desescalar na Colômbia" e que compromete o governo e a insurgência por igual.
Acrescentou que, enquanto não houver definições claras sobre estes assuntos, será muito difícil avançar de maneira expedita, na construção de acordos na mesa, e o mais sensato por parte do governo é não continuar tentando tirar vantagem militar deste gesto humanitário da insurgência.
Além disso, assinalou que o paramilitarismo se mantém como um dos principais obstáculos no caminho da paz, o que tem ocasionado a paralisia do projeto piloto de descontaminação de explosivos na região El Orejón, indicou.
Afirmou que é precisa um ambiente político apropriado para o trabalho da mesa de conversas para a paz da Colômbia.