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Corte Suprema afasta eventual solução a crise em Honduras

A difícil solução à crise política em Honduras recebeu uma última estocada do Corte Suprema de Justiça, que postergou em uma semana mais um pronunciamento sobre o assunto.

  O pleno da Corte decidiu na véspera postergar para o próximo dia 18 sua resposta ao Congresso nacional de uma consulta sobre a restituição do presidente constitucional, Manuel Zelaya, derrocado em junho passado.

A reinstalação do estadista é o ponto principal dos acordos subscritos no passado 30 de outubro por seus representantes com os do chefe do regime de facto, Roberto Micheletti, sob os auspícios da Organização de Estados Americanos (OEA).

Segundo o pactuado pelas partes, o assunto deve ser definido pelo Parlamento, cuja junta diretora decidiu solicitar opiniões sobre o tema a várias instituições para depois fixar uma data para debatê-lo.

A Corte decidiu abordar sua resposta após 11 dias das questionadas eleições do próximo dia 29, o qual reduz ainda mais os prazos para a análise pelos deputados do acordo referido a Zelaya.

Na prática, os legisladores, muitos dos quais estão envolvidos em conseguir a reeleição, teriam que abordar a restituição ou não de Zelaya nas vésperas da votação.

Tanto a corte como o Congresso são considerados por setores populares como atores principais da conspiração para o golpe contra Zelaya pelas forças armadas.

Entretanto, Rasel Tomei, um dos líderes da resistência antigolpista, afirmou que as eleições sob as condições do golpe militar só aprofundarão a crise desatada pela interrupção da ordem democrática. Tomei, assessor também do presidente Zelaya, denunciou que com as eleições do próximo dia 29 os golpistas buscam legitimar a ruptura da ordem constitucional.

Consultado por Prensa Latina via telefone na embaixada do Brasil, onde se encontra junto ao estadista e outros de seus colaboradores, Tomei recordou que as forças antigolpistas desconhecerão o processo eleitoral.

Acrescentou que já na passada segunda-feira o candidato presidencial independente, Carlos H. Reyes, formalizou no Tribunal Supremo Eleitoral a retirada de sua inscrição para a votação do domingo 29.

Apontou que a partir desta quinta-feira a postura de Reyes, que qualificou de muito digna, será seguida por aspirantes a deputados e prefeitos das forças políticas que defendem a restauração da democracia em Honduras.

A Frente Nacional contra o golpe de Estado quer a restituição da ordem constitucional e do presidente legítimo (Zelaya), como única garantia para a celebração de eleições transparentes e seguras.

Essa vasta aliança de forças sociais e políticas anunciou para amanhã uma assembleia de suas organizações para analisar suas ações futuras contra o que definiu como uma farsa para legitimar o golpe de Estado.

Estamos numa forte luta contra o regime, que a cada vez aposta a sua saída à impunidade através do processo eleitoral, que é a aprofundamento da crise, apontou.

Fonte: 

Prensa Latina

Data: 

12/11/2009