Comunidade internacional rejeitará bloqueio contra Cuba mais uma vez
A Assembleia Geral das Nações Unidas se prepara hoje para um novo chamado ao fim do bloqueio que os Estados Unidos mantêm sobre Cuba, uma política unilateral recusada por este organismo mundial nos últimos 21 anos.
O principal órgão da ONU, no qual estão representados seus 193 países membros, começará às 10:00 hora local o debate de um projeto de resolução sobre a necessidade de pôr fim ao cerco econômico, comercial e financeiro imposto por Washington contra a ilha durante mais de meio século.
Próximo ao meio-dia, deve ocorrer aqui a votação da iniciativa, documento similar ao que, desde 1992, tem recebido um amplo respaldo no mundo, com mais de 180 nações o apoiando nos últimos sete anos.
A plenária número 38 da Assembleia Geral, que no dia 17 de setembro instalou seu período 68 de sessões, também tem em sua agenda a apresentação de um relatório do secretário geral da ONU, Ban Ki-moon, sobre o bloqueio.
O documento do secretário contempla informações fornecidas por cerca de 150 países, pela União Europeia, pela Santa Sede e por organizações especializadas das Nações Unidas, a imensa maioria para fixar uma postura contra o cerco norte-americano, mostrar seu impacto e fortalecer o respaldo ao projeto de resolução.
Cuba enviou um texto que contém em detalhes os danos do bloqueio por cada setor e que denuncia seu caráter extraterritorial e seu recrudescimento financeiro pela atual administração estadunidense, dirigida pelo presidente Barack Obama.
O projeto a ser considerado pela Assembleia apela aos princípios da soberania e da igualdade dos estados; à liberdade de comércio e navegação; e à não interferência nos assuntos internos para demandar a anulação das sanções de Washington.
Além disso, manifesta preocupações pela extraterritorialidade do bloqueio, a partir de leis como a Helms Burton (1996), e recorda a rejeição internacional à medida unilateral.
Há um mês, mais de 40 presidentes, premiês e chanceleres dos cinco continentes pediram, no debate geral do período 68 de sessões da Assembleia, o fim do bloqueio, que nessa instância foi qualificado como genocídio, ilegal e resquício da guerra fria.
Em 2012, 188 governos do mundo pediram à Casa Branca pelo fim do bloqueio -ao qual recentes dados atribuem um dano econômico de 1 trilhão 157 bilhões 327 milhões de dólares-, enquanto apenas se opuseram então ao projeto de resolução Estados Unidos, Israel e Palau, com as abstenções de Micronésia e Ilhas Marshall.