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Bolívia inicia etapa de refundação

O aplastante triunfo do presidente boliviano, Evo Morales, e do governamental Movimento Ao Socialismo (MAS) nas eleições gerais abre hoje uma nova etapa na história política da nação andina.

  Com o apoio de 62 por cento do eleitorado, o novo governo iniciará um processo de renovação institucional que marchará conforme a revolução democrática e cultural iniciada em 2006.

Durante seu primeiro mandato, Morales dirigiu o país com uma pesada herança institucional deixada por vários anos de administrações neoliberais desde que a democracia reiniciou-se em outubro de 1982, depois de quase duas décadas de regimes ditatoriais, alguns deles ultra violentos.

De acordo com os resultados preliminares das eleições celebradas ontem, o MAS ganhou dois terços no Senado, depois de obter 25 das 36 cadeiras, enquanto em deputados (Câmara Baixa) ganhou 82 das 130.

Como indicam os relatórios, o domínio do MAS é maioritário em ambas as instâncias parlamentares que a partir de 2010 conformarão a Assembleia Legislativa Plurinacional.

Morales adiantou que se reunirá na próxima semana com o Gabinete Ministerial para definir as primeiras leis que sancionarão com as quais implementarão a nova Constituição Política do Estado, aprovada em janeiro último pelos bolivianos, de maneira democrática nas urnas.

"Agora temos uma enorme responsabilidade com a Bolívia e com a vida e a humanidade", expressou o presidente ao dirigir-se ao povo reunido na praça central Murillo para celebrar o triunfo.

Manifestou que seu governo agilizará as atuais transformações e que para isso é imprescindível ter atingido os dois terços da bancada no futuro Parlamento.

Um grande desafio para a Assembleia será a aprovação de uma Lei de Regime Eleitoral.

Nos primeiros meses do próximo ano o parlamento deverá tratar de adotar urgente essa norma para dar estabilidade ao país ante a eleição de governadores departamentais e a aprovação de estatutos autônomos em abril próximo.

Da mesma forma, deverá valorizar a Lei do Órgãos Judicial, a Lei do Tribunal Constitucional Plurinacional e a Lei Marco de Autonomias e Descentralização.

Durante a campanha eleitoral o MAS propôs um projeto de governo no qual sobressai converter o país sul-americano em uma potência industrial nos próximos cinco anos.

Sob o lema a Bolívia é de todos para viver bem, no programa se formulou a busca de uma Pátria unida com a nova carta magna, a construção de um Estado plurinacional, uma economia plural e autonomia verdadeira para todos.

Do mesmo modo, propôs várias metas para conseguir um país que possa entrar com crescimento na era digital com a posta em órbita, em menos de três anos, do satélite de telecomunicações Túpak Katari, com colaboração da China.

Referente à industrialização, existem planos para desenvolver a obtenção de ferro, gás e lítio, este último com as maiores reservas mundiais na Bolívia e fonte atraente para investidores estrangeiros.

Também, o segundo mandato de Morales terá o desafio de concretizar projetos para a construção de várias estradas, entre elas o megaprojeto vial de um corredor interoceânico que uniria o porto de Santos (Brasil) com o de Iquique (Chile), através do Estado andino amazônico.

A situação do emprego, uma das debilidades do atual gerenciamento; a produção agrícola tangível, com Seguro Universal para os homens do campo; e a produção de alimentos a preço justo serão outras das metas para os próximos cinco anos.

Os empenhos compreendem também tarefas destinadas a resolver as contradições que afetam, especialmente, os povos indígenas.

Fonte: 

Prensa Latina

Data: 

07/12/2009