Apresentam cargos contra terrorista Posada Carriles
Promotores federais dos Estados Unidos apresentarão hoje seus argumentos contra o terrorista internacional Luis Posada Carriles unicamente por delitos migratorios, pese a ser requerido em vários países por seus atos criminosos.
Nesta terça-feira continuará o processo iniciado a véspera, que algumas fontes qualificam de infame e hipócrita porque mostra o duplo rasero da Casa Branca sobre o tema do terrorismo.
No edifício do corte, no Passo, Texas, Posada enfrentará 11 cargos de perjurio e obstrucción da justiça em vários procedimentos de imigração.
Sobre este caso o diretor nacional do grupo ANSWER, Brian Becker, acusou a Washington de hipocrisia por preparar um julgamento migratorio a Posada Carriles quando devia ser julgado por seu historial terrorista. Algumas fontes consideram que se Posada tivesse que responder por seus atos terroristas poderia falar.Posada tem muito que dizer e isso é um grande problema para os Estados Unidos,assegura Becker.
Pelo tribunal devem desfilar, a solicitação das partes interessadas, dois oficiais e um médico forense cubanos relacionados com as investigações pela morte de Dei Celmo, oficiais de imigração, e uma jornalista à que Posada Carriles lhe confessou seus crimes.
De acordo com José Pertierra, advogado que representa a Venezuela em uma solicitação de extradição contra o encausado, a defesa do sujeito tentou dilatar o processo para evitar seu enjuiciamiento.
Pertierra explicou em entrevista a Imprensa Latina que se no Passo o encontram culpado de mentir sobre sua relação com quem puseram as bombas em Havana, a justiça estadounidense estaria obrigada ao processar por ser o autor intelectual de ditos crimes.
O fim de semana ativistas que simularam a ação de um tribunal criticaram que o sujeito seja julgado por cargos menores de perjurio e fraude e não por sua responsabilidade em atos terroristas.
Posada tem em seu contra acusações pela morte de 73 pessoas a bordo de um avião cubano que explodiu como conseqüência de um ato terrorista em pleno vôo em 1976, bem como a fuga do cárcere venezuelano onde cumpria uma condenação por esse crime.
Também é assinalado por ser o arquiteto dos atentados contra instalações turísticas de Havana em 1997, que incluem o assassinato do jovem turista italiano Fabio dei Celmo, e de vários complôs para matar ao líder histórico da Revolução cubana, Fidel Castro.
Por outra parte, para os governos de Cuba e Venezuela, o caso é um show interpretado por advogados da administração de George W. Bush (2001-2009) para livrar ao governo dos Estados Unidos das críticas por não fazer nada contra um terrorista confeso.
O julgamento será presidido pela juíza Kathleen Cardone, quem aceitou que se apresentem os relatórios das autoridades cubanas sobre as investigações dos ataques explosivos a instalações turísticas de Cuba em 1997 e 1998.
No entanto, há dúvidas sobre o alcance deste processo já que o expediente Posada Carriles sempre se manejou muito acima do departamento de Justiça estadounidense, como assegurou o letrado Pertierra.