Discursos e Intervenções

DISCURSO PRONUNCIADO PELO COMANDANTE-EM-CHEFE FIDEL CASTRO RUZ NO ENCERRAMENTO DO PRIMEIRO CONGRESSO DOS CONSTRUTORES, EM 25 DE OUTUBRO DE 1964

Data: 

25/10/1964

Senhores convidados;
Companheiras e companheiros construtores: 

Para mim não é uma tarefa fácil falar neste encerramento do Primeiro Congresso de Construtores, porque sinceramente sou bastante profano nesta matéria. Mas de nenhuma forma podia negar-me a aceitar o convite dos companheiros — que sei que têm estado muito entusiasmados com este congresso, e que consideram, além do mais, que tem sido muito positivo e útil — para participar do encerramento.

De certeza que eu podia ter estado um pouco melhor informado, mas não tive tempo de ler todas as teses. Comecei a ler algumas no breve tempo de que dispus para tentar compenetrar-me um pouco melhor com todas essas coisas que vocês têm estado observando, analisando e concretizando em propostas e conclusões acerca das falhas fundamentais que temos e acerca dos meios mais adequados para superá-las.

De todas as formas, creio que tanto as teses — ou se se quer essa Resolução do Congresso — é um material que todos devemos ler; vocês a leram, eu me refiro a todos os outros, quer dizer, a todos os que de alguma maneira ou de outra temos que ver com o problema das construções, e creio que todos temos que ver (APLAUSOS). Porque poderia dizer-se que vocês são o sal da economia, não no sentido de que vocês vão "salgar" (afetar: Nota do Trad.) a economia (RISOS).
Quer dizer, que onde quer que se projeta o desenvolvimento econômico do país, em todos os sentidos, destaca em primeiro lugar a necessidade do desenvolvimento do ramo das construções. Praticamente todas as tarefas da economia dependem das construções, quer se trate das tarefas produtivas quer das mal chamadas tarefas improdutivas. Porque eu penso que essa terminologia que se usa — por exemplo — para pôr a educação entre as atividades improdutivas, na terminologia usual, ou os serviços improdutivos, me parece que é um grande engano, porque realmente eu creio que o único improdutivo é não trabalhar (APLAUSOS). E o outro que vocês estavam pensando também (RISOS): quando temos demasiado pessoal, mais do que necessitamos, nas repartições.

Dizia isso porque o investimento que se faz na educação é possivelmente o mais importante de todos, e sem ele creio que não se pode nem sequer começar. Mas o investimento que se faz também na saúde, o investimento que se faz na elevação do nível cultural dos cidadãos, o investimento que se faz nas pessoas que se aposentam, enfim, todos esses são investimentos que produzem um tipo de bem. Poderia ser produção de bens materiais e produção de bens imateriais.

Mas todas as atividades, absolutamente, dependem da construção, e na construção têm um fator que as limita ou lhes permite alcançar as metas ou o desenvolvimento planejado. E relativamente à questão das construções, vocês mesmos têm estado examinando os problemas fundamentais. O companheiro Osmany fez-se uma autocrítica aqui, em nome dos construtores, mas realmente não se pode desconhecer o fato de que o setor da construção tem ido melhorando, é uma coisa visível. E em geral o problema de qualquer setor da economia, os problemas que tem qualquer setor ou qualquer front de trabalho são muito similares aos que têm os demais fronts de trabalho.

É possível que chegue o tempo — e esse tem que chegar, e enquanto mais rápido melhor — em que nós recordemos os primeiros anos da Revolução, e nos pareça quase incrível como é possível que uma Revolução saia na frente com todas as dificuldades que tem nos primeiros tempos e com a grande quantidade de inexperiência que há, o imenso cúmulo de subjetivismo.

É muito interessante, também, ver como no decurso dos anos se vai produzindo um processo de organização, de aquisição de conhecimentos; vai se produzindo um processo de adaptação às realidades, de compreensão das realidades. Enfim, se começam a pôr os pés na terra e se começa a avançar com os pés na terra. E isso se pode observar em todos, absolutamente todos os fronts do trabalho revolucionário. E ao mesmo tempo se pode observar em todos, absolutamente todos os fronts do trabalho revolucionário, como se vai produzindo esse processo de melhoramento, esse avanço da organização, esse maior controle, esse maior conhecimento, esse maior domínio das tarefas que se estão realizando. Algumas coisas se superam mais rápido, outras tardam mais; há certos problemas que subsistem persistentemente e é preciso combatê-los com energia para superá-los. Mas é satisfatório observar esse processo, e esse processo que se observa em todos os níveis, em todos os fronts, em todos os recantos do país, em todas as organizações, de onde se começa a ver que há algo onde, no começo, não havia absolutamente nada.

Atualmente, estamos vivendo um processo no qual há, se pode dizer, um grande esforço em muitos sentidos, rumo a um melhor trabalho. E isso se pode apreciar, não em uma só província, se pode apreciar na Ilha toda; perante qualquer problema, perante qualquer situação que aparece, em qualquer detalhe, tanto diante de um furacão, ou perante uma necessidade, ou um plano, a mobilização, a confiança, a quantidade de fatores que se coordenam, que trabalham, pois é incomparavelmente superior ao que teria podido ver-se anos atrás.

Em alguns casos as medidas urgentes que se tomam para resolver uma situação... Se as chuvas, por exemplo, estragaram ou destruíram os canteiros para plantar o fumo, se os ventos arrasaram determinado número de aviários, a velocidade, como instantaneamente a grande quantidade de mobilização que se faz para voltar outra vez a plantar, a plantar os viveiros, salvar todas as aves, começar a construir tudo o que tinha sido derrubado. E assim, nós em dias recentes tivemos a oportunidade de vê-lo na própria província de Pinar del Río, onde o furacão, em uma faixa relativamente estreita, mas com muita violência, deitou por terra praticamente todos os galpões de curar o fumo, deitou por terra todo os aviários; e inclusive, fez algum dano às plantações forestais, mas sempre nas plantações forestais é preciso calcular um número de plantas que se perdem. E fez algum dano também às plantações frutais. E naquele mesmo dia já havia uma grande mobilização para salvar todas as árvores frutais, a imensa maioria ia ser salva, para utilizar as árvores que havia derrubado o furacão na reconstrução dos galpões para curar o fumo; e a utilização das palmeiras que haviam sido derrubadas, a utilização das folhas das palmeiras, enfim, de todos os meios, todos os recursos, uma grande mobilização e uma grande atividade.

Nem sempre, naturalmente, as coisas se fazem com uma completa perfeição. Às vezes, interferem algumas medidas um pouco mal estudadas; assim ocorreu, por exemplo, relativamente a esse mesmo furacão, de uma mobilização de estudantes do ensino secundário que fizeram para Guane, mas sem tê-la estudado adequadamente, e foi uma mobilização inútil. Estando precisamente nós em Santa Clara, recebemos vários telegramas dos companheiros estudantes que tinham sido mobilizados não nas melhores condições para trabalharem ali; realmente não tinham tarefas. Os companheiros do Partido optaram porque retornassem, diante da impossibilidade de resolver os problemas que acarretava lá sua presença naquele momento.

Mas se pode observar tudo isso. Como, além do mais, atualmente há assim um esforço para a busca de recursos; não se dispõem a esperar, não se dispõem a escrever um memorando e uma solicitação de materiais para resolver tal coisa, em certos tipos de atividades, em certo tipo de trabalho onde alguns materiais da região podem ser utilizados. E temos um exemplo na província de Las Villas, onde em relação com determinados planos pecuários se depararam com que não tinham madeira; e acharam uma solução, porque tinham feito uma contagem de todas as palmeiras da província, se depararam com que havia umas 600 mil palmeiras improdutivas, quer dizer, aquelas que estavam juntas demais, alguns palmeirais onde havia que tirar as palmeiras juntas que eram improdutivas, e idearam, inclusive, um aparelho, que extrai a palmeira, com uns bois ou com um trator, e vão tirando as tábuas das palmeiras. E vão resolver o problema das construções que tinham que fazer ali, com tábuas das palmeiras que não tinham nenhuma utilidade para a produção. E em muitos lugares nós temos observado como foram resolvendo muitos problemas, porque quando surgiram, temos chegado ao limite em que os materiais não bastam, e então começa a imaginação a trabalhar, começa a inventiva, e começam a aparecer soluções de todos os tipos.

E é incrível como agora mesmo, em muitas coisas, com menos recursos, estão produzindo mais. É incrível, por exemplo, como tem aumentado a produção de carne, com muita menos ração. E em muitos povoados do interior já começaram a elevar as quantidades de consumo de carne; isso em Havana não se percebe, se percebe melhor no interior. Produziram mais leite com muito menos alimentos de importação.

Porque diante da necessidade, lançaram mão de um emprego mais racional de todos os recursos que se possuem, os recursos que há no país.

E, realmente, é possível que estejamos entrando agora na etapa em que aprendamos a usar mais racionalmente os recursos que possuímos. Porque temos muitas aspirações, queremos fazer muitas coisas, e os meios de que dispõe o país não são suficientes para todas as coisas que queremos fazer; os recursos de importação de que dispõe o país não são suficientes. Temos pela frente problemas relativos aos preços dos produtos. Há anos que têm melhor preço, por exemplo, o açúcar; em outros anos tem outros preços. Ainda que, naturalmente, nós temos um preço padrão na maior parte do açúcar que vendemos àqueles países que nos fornecem a maior parte dos artigos que necessitamos.

Porém, poderia dizer-se que uma das características destes primeiros anos é termos vivido com certa abundância de recursos, os quais não têm sido utilizados da melhor forma.

Como todos os setores e todos os fronts de trabalho, nosso comércio externo, pois, também sofreu por todas as consequências da inexperiência. E em um princípio as compras de um equipamento por aqui, outro equipamento por lá, outro equipamento pelo outro lado, sem estudar os problemas das peças de reposição, uma grande heterogeneidade de equipamentos agrícolas, uma grande heterogeneidade de caminhões, sem terem contemplado previsoramente todas as questões relativas à manutenção desses equipamentos, as peças de reposição adequadas para esses equipamentos; e quando em um lugar determinado faltava uma peça, começava a "canibalização" dos equipamentos. Isso, à parte das formas de empregar-se muitas vezes os equipamentos, da distribuição sem controle dos equipamentos, da distribução dos equipamentos como resultado de uma luta, pode dizer-se uma luta entre a oferta e a procura; quer dizer, a procura de equipamentos por muita gente e a resistência para entregar esses equipamentos, mas que sempre os fatores de racionalidade intervinham muito menos que os resultados das mil batalhas e as mil pressões que se exerciam. Muitas formas de organização dos primeiros tempos da Revolução não adaptadas às realidades, muitas concepções de organização. E não é tão fácil, naturalmente, tirar conclusões sobre questões de métodos, questões de sistemas de organização; mas é fácil poder observar que muitos sistemas de organização concebidos na primeira etapa da Revolução eram inadequados para as funções que deviam desenvolver.

E claro que um tipo de erro gera outros certos problemas; certo tipo de empresas centralizadas em nível nacional, cujas características, cujo desenvolvimento não aconselhava uma centralização desse tipo; o esquecimento do papel da região em muitos tipos de atividades.

E assim, por exemplo, quando se produziam em um setor, digamos a distribuição ou o INIT, ou em algum tipo de receptor, 10, ou 12, ou 15 empresas verticais para manipularem diferentes tipos de centros de distribuição que podiam ser manipulados a partir de uma região, dava lugar ao estabelecimento de uma repartição para cada empresa em cada província, em cada povoado; quando o método era muito mais prático, muito mais simples para determinados tipos de atividades. A organização de um controle regional; uma concepção da organização gera assim, em consequência, um desenvolvimento do pessoal administrativo, um crescimento extraordinário do pessoal administrativo. E, naturalmente, não é o tipo de organização mais adequada, mais funcional.
E isso, repetido em escala nacional, em infinidade de organizações verticais, em distintos fronts de trabalho, em distintos organismos, dava por resultado a proliferação das repartições; e como resultado de que algumas lojas se convertiam en repartições, e as outras coisas se convertiam em repartições.

Assim, resultado de concepções errôneas na questão da organização. Porque muitas vezes, além do mais, nos primeiros tempos, faltando à Revolução uma metodologia, faltando aos homens da Revolução experiência, pode dizer-se que cada qual organizava seu organismo, seu ministério, à sua maneira. E então chegávamos a algum povoado qualquer, onde começavam a desaparecer lojas e começavam a aparecer repartições. E isso não pode ser de maneira nenhuma aspiração da Revolução, essa não pode ser, de maneira nenhuma, a imagem do socialismo (APLAUSOS), não pode ser, de maneira nenhuma, a imagem do socialismo. Porque o socialismo que concebemos, o socialismo com que temos sonhado, é uma coisa muito diferente dessa, é uma coisa muito superior a isso, é incomparavelmente mais eficaz que isso.

Muitas vezes, enquanto repetíamos de maneira mecânica as frases, os pensamentos, os princípios filosóficos e estávamos possuídos de um radicalismo teórico, no terreno da realização prática, na execução prática, na criação do que queremos fazer, então o que se desenvolvia, o que se criava, o que se fazia, estava muito longe de ser o que aspiramos todos, e o que desejamos todos, e o que podemos fazer todos.

Porque é incrível as vantagens com que pode contar uma revolução socialista para utilizar da maneira mais racional todos os recursos naturais, para utilizar da maneira mais racional todos os recursos humanos, para utilizar da maneira mais racional todos os medios de produção, sem esbanjamento, sem capricho. E como se produzem as falhas, são o resultado, precisamente, dos erros dos homens, da incapacidade dos revolucionários para superar essas falhas. E o revolucionário tem que ser um homem irreconciliável com as falhas, irreconciliável com as coisas que estejam mal feitas, porque se não, não se é revolucionário (APLAUSOS).

Os seres adaptados às coisas que não satisfazem as necessidades do homem, as aspirações do homem; os seres que não estejam possuídos de um desejo de superação e de melhoramento em todo o esforço do homem, não se podem considerar revolucionários. E podem ter uma posição mental, uma posição filosófica de revolucionários, mas diante da realidade da vida não têm essa posição. E muitas vezes se encontram homens que não têm chegado a racionalizar seu temperamento ou sua posição revolucionária, e são uns trabalhadores incansáveis, e são uns homens irreconciliáveis com tudo o que esteja mal feito, e lutam incessantemente por melhorar o que não esteja bem. Esses não têm chegado à Revolução por uma concepção estritamente filosófica. Seu carácter, seu temperamento, seu conceito da vida, sua sensibilidade, o fazem reagir contra o que esteja mal feito e o tentam superar.

E, afortunadamente, o espírito de nosso povo é esse; o espírito de nosso povo é o espírito de um povo que sempre teve esse afã de superação, esse afã de progresso, tantas vezes impedido por forças que operavam contra o destino da nação e contra o desejo da nação, e que ao chegar a oportunidade de poder desenvolver esse destino, ao chegar a oportunidade de poder empregar a inteligência de maneira plena, e empregar o esforço de maneira plena, ao chegar essa oportunidade é um dever de cada um dos revolucionários e de cada um dos cidadãos essa luta incessante contra o que não esteja bem feito.

E sem dúvida de nenhuma classe que essa preocupação, essa paixão pelo progresso de nosso país, é uma das forças que mais tem influído e influi, dia a dia, na superação dos problemas que temos. E claro, na medida em que cada qual compreenda que não se pode menosprezar o conhecimento, e que não se pode menosprezar a ciência, de que não se pode menosprezar a técnica; na mesma medida em que se compreenda que na sociedade moderna, na qual o homem contemporâneo tem recebido um cúmulo muito grande de conhecimento, de experiência, em que o homem contemporâneo tem chegado a realizar muitas coisas que são o resultado de séculos de acumulação de conhecimentos, ninguém que não estude, ninguém que não tenha conhecimentos se pode considerar capaz de fazer qualquer coisa e resolver qualquer coisa.

E assim, muitas vezes, havia aqueles que pensavam que por geração espontânea estavam superdotados para resolver um problema. Ou aqueles que pensavam que não havia nada difícil no mundo e que tudo era uma coisa muito simples e muito fácil. E para saber da necessidade de conhecimentos, basta chegar a uma usina, basta entrar em qualquer indústria, basta tratar de conhecer qualquer máquina, qualquer coisa, e se verá que os conhecimentos constituem uma base da qual não se pode prescindir e que não se pode, em nenhum sentido, subestimar.

Esse processo de ignorância dos primeiros tempos, de falta de conhecimentos, de subjetivismos, de ideias errôneas, é o processo que se tem ido superando. E claro está que umas coisas inciden sobre outras.

Os problemas da construção que tivemos nos primeiros tempos e que ainda temos, de maneira nenhuma se podem considerar isoladamente dos problemas que tínhamos nos primeiros tempos e que ainda temos em outros setores da economia. Não os podemos isolar dos problemas do comércio de exportação e de importação; não os podemos isolar dos problemas do planejamento; não os podemos isolar de outras muitas atividades, de outros muitos setores. Quer dizer, que é preciso saber diferenciar aquelas coisas que não estavam nas mãos do setor da construção superar, e aquelas coisas que indiscutivelmente podiam estar nas mãos do setor da construção para superá-las.

E por isso penso que a análise que vocês têm feito sobre toda uma série de questões, deve ser lida e estudada por todos os demais organismos. E estou certo de que algumas das explicações que são tão claras, tão evidentes, tão eloquentes, como tudo o que se relaciona com os problemas das tarefas de investimento, e a tudo o que se relaciona com a documentação e com os projetos das obras e o tempo necessário com que se devem apresentar todos esses projetos, e os inconvenientes que originam os tipos de obras que se improvisam, erro em que praticamente aqui não há ninguém que possa dizer que não tenha incorrido, porque todos praticamente temos incorrido por uma razão ou por outra, ou pela impaciência — que é a causa fundamental de todos — e contribuir a tornar difícil a tarefa que os construtores têm que resolver; a falta de documentação, a falta de projetos, as modificações nas obras. É lógico, qualquer pessoa compreende isso, qualquer pessoa compreende que se esses fatores não se superam então será difícil, muito difícil, o trabalho dos construtores.

Parece-me que um dos melhores resultados deste congresso é esse estudo, as teses, os pontos de vista dos que têm que enfrentar esse problema, para que todos aqueles que de uma maneira podem colaborar à superação dessas deficiências e dessas dificultades colaborem, e então compreendam que muitas vezes a impaciência — e nós todos temos que compreender absolutamente isso — que muitas vezes a impaciência por fazer as coisas pode dar como resultado fazer as coisas mal feitas, tornar as coisas mais caras, e demorar mais em resolver os problemas.

Por isso, quando nós conversávamos com o companheiro Osmany e lhe perguntávamos qual era a situação, ele me explicava os problemas que têm, do ponto de vista do ministério, para a realização dos projetos, a falta de pessoal suficiente para poder fazê-lo, e as deficiências que tem o departamento propriamente dos projetos. Mas, ao mesmo tempo também, os problemas originados na falta de documentação, relacionados com as obras.

E é claro que o ministério tem que fazer o esforço para chegar a ter todos os meios e todos os elementos e todos os fatores que permitam que a questão dos projetos, do ponto de vista da construção, essa tarefa se resolva.

Mas nós expúnhamos o seguinte: que se pudéssemos lançar a meta, por exemplo — para que não seja tão ambiciosa — de que para o ano 1966 não se começasse uma só obra, uma só obra, que não seja tramitada de acordo com todos os requisitos que estabelem os regulamentos, o planejamento (APLAUSOS).

Quer dizer, que toda obra que se inicie a partir dessa data tenha suas tarefas de investimento perfeitamente cumpridas, todos os requisitos das tarefas de investimento, todos os documentos, e os projetos estejam perfeitamente terminados. E então o setor da construção pudesse já ter a seu favor — aos efeitos de cumprir seu cometido — todas essas vantagens, e poupar-nos todos os problemas das obras sem projeto, poupar-nos todos os problemas que gera a falta de cumprimento de todos esses requisitos para realizar uma obra.

Isto não quer dizer que se possa aspirar na vida a uma coisa rigorosamente exata; isto não quer dizer que em um dado momento possa surgir a necessidade de alguma pequena modificação por excepção; podem ocorrer circunstâncias que surgem imprevistamente, como um furacão, digamos, que obriga à construção de uma ponte, à reconstrução de moradias, à construção de algumas coisas, circunstâncias excepcionais; pode surgir uma necessidade determinada em um dado momento que não se pode razoavelmente prever. Mas tudo aquilo que se possa razoavelmente prever, prevê-lo; e em condições normais se cumpram rigorosamente esses requisitos. 

Bem pode ocorrer que talvez algo que desejamos ter dentro de um ano, necessitemos esperar mais um ano para tê-lo. É muito mais o que se perde quando se tenta ganhar esse ano a custa de violar todos esses princípios que o que se ganha obtendo algumas coisas um ano antes, porque então é preciso calcular quanto atrasa todas as demais coisas. E estabelecer esse propósito firme, e que todos os organismos que necessitam dos serviços do Ministério da Construção se atenham a esses princípios, e todos nos proponhamos esse objetivo.

Há outra série de questões que também nos explicavam os companheiros e que estão aqui nesta Resolução, relacionadas com coisas que incidem, também, no setor da construção e que são alheias ao setor da construção, tais como problemas relacionados com o descumprimento das normas nos trabalhos independentes, na substração paulatina da mão de obra (APLAUSOS).

Nós sabemos perfeitamente que os companheiros que geram estes problemas, em geral, não têm ideia do dano que estão fazendo, ou que fazem. Em seu afã setorial, ou regional, ou pessoal, com nobres intenções de fazer uma coisa breve, rápida, lançam mão desses métodos, e não sabem o dano que fazem. E estou perfeitamente certo de que qualquer companheiro que tenha consciência disso, que conheça as implicações disso, não seria capaz de adotar esses métodos; se conhecesse os problemas que gera na disciplina, as consequências que tem para a disciplina do trabalho ou pagar salários superiores aos que se pagam de acordo com as normas das obras públicas, ao dar categoria de operário ou dar uma qualificação que realmente não tem ganhado, como um meio de aumentar-lhe as receitas (APLAUSOS). O dano que isso faz ao trabalhador, em primeiro lugar; o dano que isso faz à disciplina do trabalho, e o dano que isso ocasiona à economia nacional; os problemas que se geram quando resultam então, depois, excedentes de operários qualificados, porque aqueles que não tinham a mesma qualificação partiram à procura de melhor salário, e se estabelece essa absurda concorrência dentro do Estado socialista, essa absurda concorrência entre organismos do Estado socialista (APLAUSOS), que não tem nada que invejar aos piores vícios do capitalismo, com a diferença de que no capitalismo a concorrência é entre os operários pelo trabalho, enquanto no socialismo a concorrência é pela mão de obra. E, naturalmente, as consequências que isso tem que gerar são tremendamente prejudiciais.

E eu pergunto se haverá alguém que, compreendendo isso, que tendo uma clara consciência disso, participe dessas práticas, realize essas práticas. É que, às vezes, alguém diz "a gente vai para lá e não vai acontecer nada"; mas não raciocinam que quando há 10 mil que dizem o mesmo sim acontece muito (APLAUSOS). Que é o mesmo dano que se faz quando se contrata um estudante: o jovem é privado da oportunidade de adquirir uma capacidade maior, sem controle algum.

E com essas práticas individualistas, setoriais, egoístas, faz-se um dano à cooperação máxima indispensável entre todos, que é o verdadeiro caminho para resolver os problemas.

Eu estou certo que aqueles que compreendessem isso não incorreriam nessas práticas. E não é difícil superar esse problema, não é difícil saber para que setores se transferem, onde se produzem esses problemas e por que; e tomar as medidas pertinentes. Caso contrário, qual é a função de nossos organismos? Qual é a tarefa de nossos companheiros que estão nesses fronts de trabalho? Tomar as medidas pertinentes, a fim de que se atue rigorosamente com os funcionários que realizam essas práticas, se realizem as gestões pertinentes. Muitas vezes nos reunimos dez vezes mais do que devemos reunir-nos, e não realizamos uma gestão que possa dar grandes resultados, uma gestão com um companheiro, com um funcionário, com um ministro; e adotar as medidas e dar os passos pertinentes para que essas coisas não aconteçam. E não é difícil, não é em nenhum modo difícil.

Que resultados trazem essas coisas? Bem: o resultado é que conseguir um homem que queira trabalhar com uma picareta e uma pá é uma coisa muito difícil; quer dizer, achar, por exemplo, na capital, que é onde mais se registraram esses problemas. E assim temos que, antigamente, a procura de empregos nas obras públicas era abundante, abundante; e agora achar alguém que queira realizar um tipo de trabalho — que ainda temos que realizar, duro, artesanal, porque ainda não temos atingido os níveis de mecanização suficiente — é difícil, porque se noutras coisas estão pagando mais em uma concorrência, se em um organismo lhe estão pagando com uma qualidade superior à que tem, ou se lhe dão um emprego mais fácil, mais cômodo, melhor remunerado.
Assim acontecia, por exemplo, na agricultura; eu lhes vou pôr um exemplo: em certas zonas onde tinham produção avícola, além de um excesso de pessoal tal que quando fossem superadas essas deficiências metade do número de pessoas vai produzir três vezes mais do que produzia, tínhamos em uma zona 1.200 pessoas dedicadas à avicultura, e a maior parte eram homens que tinham realizado trabalhos agrícolas. Esse era um tipo de tarefa que podiam ter realizado as mulheres naquele centro, as camponesas; um tipo de trabalho que não é um tipo de trabalho duro, que é um tipo de trabalho, por exemplo, para o qual a mulher tem, inclusive, às vezes, melhores qualidades que os homens. Se aquele homem é tirado do campo, o põem à sombra em um aviário, quem depois vai cortar a cana, quem vai limpar a cana, quem vai realizar esses trabalhos? (APLAUSOS).

Não vamos culpar o trabalhador disso; ele é o que menos pode ser culpado. Mas, infelizmente, ainda temos trabalhos duros que fazer no campo, trabalhos fortes. Só a Revolução, o progresso do país, a mecanização e o desenvolvimento da técnica nos irão libertando desses trabalhos duros que, infelizmente, ainda é preciso fazer, que infelizmente uma parte da sociedade ainda tem que fazer, porque não há uma máquina para cada tarefa agrícola. O dia chegará — como temos dito outras vezes — em que até se trabalhe com máquinas e ar condicionado dentro das máquinas; chegará o dia em que o trabalho será cada vez menos forte, menos rude, mas, como é que chegamos a isso? É inquestionável, a realidade nos impõe isso, e disso não podemos libertar-nos com ilusões, de que há trabalhos fortes que fazer.

E se com práticas irracionais de organização e com medidas superficiais contribuímos precisamente a tirar à agricultura a força de trabalho, a certas atividades que é preciso desenvolver inevitavelmente... Agora mesmo começa o período já — na próxima safra — da mecanização da safra, mas demoraremos anos até que atinjamos os mais altos níveis de mecanização no corte da cana. Esse é um trabalho duro. Demoraremos anos antes que consigamos realizar a maior parte das tarefas agrícolas com máquinas.

E há ainda trabalhos fortes. E nós temos visto esses casos de homens, verdadeiros heróis do trabalho, que estão trabalhando no campo para resolver os problemas, por exemplo, do leite, domesticando vacas zebus, que são poucas produtoras de leite, de um temperamento muito nervoso; algumas delas são verdadeiras feras. E é preciso saber quantos milhares de homens estão nessa luta, quantos milhares de homens estão às 2h00, às 3h00 da madrugada realizando essa tarefa, para cumprir as metas de que haja um copo de leite pelo menos em cada lar, de que haja no futuro um litro de leite na mesa de cada família (APLAUSOS). E que somente mediante esse esforço se conseguirá.

Chegará o dia em que essas vacas já estejam cruzadas com outro tipo de gado, sejam muito mais dóceis, produzam muito mais leite, seja muito mais fácil o trabalho, se possam empregar aparelhos de ordenha mecânica. Mas, quantos anos temos ainda por diante em que homens do povo, com receitas modestíssimas, tenham que estar realizando esse trabalho heróico! E graças ao esforço desses homens é que se pode avançar; graças ao esforço desses homens é que se pode avançar. E não podemos dizer com ilusão: "é preciso liberar os homens desse trabalho". Esse é nosso maior desejo, e mais brevemente o conseguiremos quanto mais compreendamos o caminho para conseguir isso; mais brevemente liberaremos esse homem desse trabalho quanto melhor trabalhemos, mais organizadamente, mais eficientemente, mais inteligentemente. Quanto mais nos esforcemos por superar esses vícios e compreendamos essas realidades, mais estaremos ajudando os cidadãos deste país e, sobretudo, mais estaremos ajudando os homens sobre cujo esforço rude descansa hoje a economia de nosso país. E não precisamente com práticas que levem a afastar precisamente o momento em que nós poderemos ter a satisfação de ver que vamos superando essas etapas.

Quantas coisas temos ainda que fazer em nossos campos. Que triste impressão produz visitar uma usina açucareira às 22 horas; em muitas dessas usinas onde praticamente não há um só lugar onde as pessoas se possam sentar, um só lugar onde possam ir beber um refrigerante, onde ainda há muitas moradias em condições horríveis. Quantos esforços nós temos que fazer nesses campos, onde ainda junto aos canaviais estão os barracos.

E a gente pensa: "Bem, há muitas coisas que este homem já adquiriu: trabalho o ano todo, atendimento médico, oportunidade de estudar.” Houve, sem discussão, uma melhoria, se se pode dizer, uma melhoria grande, grande, grande. Mas, apesar dessa melhoria, ainda são penosas muitas das condições de vida que o rodeiam: sem uma lâmpada, sem banheiro, quando chove cercado de lama por todos os lados.

E é preciso estar em contato com essas realidades, é preciso vê-las, é preciso senti-las para ter consciência do quanto temos que esforçar-nos. E nós somos os que devemos esforçar-nos mais, nós somos os que temos mais obrigação, por termos uma preparação maior, somos nós — precisamente os que temos condições de vida melhores que eles — os que temos o dever principal de nunca sermos insensíveis a essas realidades que ainda perduram, e que podemos superá-las. E se podemos superá-las, por que não temos de superá-las?; e se podemos superá-las em dez anos, por que temos de demorar-nos 20, como consequência de nossos erros, por que temos de demorar-nos 30?

Aqui mesmo, neste congresso, fazendo uma análise das necessidades de habitação, que conclusões tirava? Que havia um déficit urgente de 655 mil moradias, partindo do fato de que antes do triunfo da Revoluçãou 53% da população morava em condições de precariedade absoluta; que havia um déficit de 655 mil moradias para 3,5 milhões de cubanos, urgente, mais outras 290 mil moradias para 1,3 milhão de pessoas com déficit de moradias. Os cálculos das moradias que temos que fazer em 25 anos, a necessidade de construir daqui ao ano 1990 não menos de dois milhões de casas, para poder dizer que todas as necessidades da população estejam satisfeitas.

Que doloroso é pensar — agora, quando se faz um cálculo deste tipo no ano 1965 — pensar que há 60 anos foi proclamada a independência deste país, e que para que em 1990 cada cidadão tenha uma habitação decorosa neste país, serão necessárias dois milhões de moradias e se fazemos dois milhões de moradias, no fim do século praticamente poderia dizer-se que a população de Cuba terá suficientes moradias! Quanto têm que sofrer os povos, quanto têm que esforçar-se os povos, quanto têm que trabalhar os povos e que duramente e com quantas dificuldades para chegar a satisfazer as necessidades mais elementares de sua vida: a necessidade de ter um teto, de viver em condições de elementar higiene, de elementar comodidade!

E não se pode esquecer que nosso dever e nosso objetivo, aquilo pelo qual se trabalha, é precisamente dar a cada cidadão essas condições. Não resolvê-lo para um grupinho de pessoas, não resolvê-lo para uma minoria, para chegar um dia a cobrir essa aspiração e poder dizer que cada cidadão deste país vive em uma habitação decorosa, e serão terminadas todas essas casas onde se amontoam e vivem nas piores condições as famílias, todos esses cortiços, todas essas barracas.

E é preciso pensar que essas são as metas que temos que propor-nos, os objetivos. E que nossos níveis atuais de construção são ínfimos comparados com as necessidades, que o desenvolvimento de nossa economia é ínfimo comparado com as necessidades de recursos que temos e que temos que aspirar a ir, ano após ano, fazendo um maior número de casas. E nestes primeiros anos podemos fazer muito poucas, porque as mesmas necessidades do desenvolvimento, as mesmas necessidades de desenvolver a indústria da construção, a mesma necessidade de desenvolver proporcionalmente nossa economia, pois não poderíamos dedicar-nos agora a resolver estes problemas quando temos outras necessidades mais urgentes ainda, temos que realizar outras tarefas básicas para poder um dia resolver estes problemas.

Ao percebermos que temos por diante esses objetivos, qualquer pessoa compreende que só se pode conseguir trabalhando muito com esforço constante, muito duramente, muito inteligentemente, muito disciplinadamente, e que é preciso abolir todas essas práticas e que temos que chegar ao dia que se façam bem, sobre bases realistas, os planos, que as metas de construção sejam cumpridas rigorosamente; porque sejam baseadas em elementos reais, em cálculos reais, em força humana real, em fornecimentos reais. E que quando ano após ano se forem examinando os números, se veja um progressivo aumento, uma progressiva melhoria, como se vê já em todos estes números, na diminuição dos custos, no aumento da produtividade; mas que ainda temos muitas falhas, ainda temos muitas deficiências. E, naturalmente, de nenhuma maneira imputável ao setor da construção, pois o setor da construção — em uma grande parte — é afetado pelo trabalho deficiente de outros setores da economia. Tem-se avançado, tem-se avançado e aumentaram ou têm-se incrementado consideravelmente os investimentos; os números dizem isso e é certo. Mas, contudo, podemos sentir-nos pouco satisfeitos ainda diante das deficiências e as falhas que devemos superar.

E por isso deste Congresso, tal como do fórum açucareiro, tal como da reunião dos trabalhadores da indústria açucareira, e de toda a atividade organizada, consciente, que vêm realizando nossos trabalhadores, nossos técnicos, foram se tirando conclusões, foram fazendo-se estudos sérios, porque se pode dizer que a seriedade está imperando cada vez mais, a seriedade está convertendo-se em uma moda, a responsabilidade se está tornando uma moda e, cada vez mais e mais, se está analisando, se está aprofundando, se está estudando, se está na busca de soluções adequadas, e é impossível que este esforço não consiga uma real superação, um grande salto de qualidade que, cada vez mais, cada cidadão irá percebendo.

Por isso, podemos traçar-nos algumas metas nesse sentido da superação de alguns problemas, como aquela que tínhamos assinalado anteriormente, e temos que divulgar estas conclusões.

Eis os outros problemas relativos também à questão do tipo de obras que realizaram os companheiros do Ministério da Construção, do número de obras pequenas, de pouca importância, que constituíram porcentagens altas do número de obras totais, que promoveram uma dispersão dos recursos, uma dispersão dos técnicos.

Torna-se necessário, igualmente, fazer um esforço para ir definindo cada vez mais o tipo de obra que deve corresponder ao Ministério da Construção, o tipo de obra e a categoria das obras que se pode fazer de maneira independente e como fazer-se, e com que controles e com que requisitos precisamente para que não colidam, para que não entrem em contradição com a melhoria que queremos conseguir no front de trabalho do Ministério da Construção, que tem sob sua responsabilidade as obras de maior importância, de maior trascendência, que lhe permitam o emprego mais pleno e mais racional de seus recursos humanos, de seus recursos técnicos, de seus recursos em equipamentos.

E isso requer também definições, requer a procura de soluções certas, que para ser certas têm que ser bem estudadas e têm que ser regulamentadas, que nós todos temos que ir aprendendo a adquirir essa disciplina de cingir-nos aos regulamentos, de cumprir as normas, porque é a única forma em que se pode conseguir uma cooperação eficaz entre todas as forças de um país, entre todos os elementos de um país; propor-nos também a mais rápida solução a esse problema, a definição desse problema, e aqueles que vamos controlar, quais os meios de controle que criaremos, a fim de evitar a desordem, a anarquia, o desperdício e a fim de conseguir uma solução eficaz, sem contradições entre as tarefas que deve realizar o Ministério e as tarefas que podem realizar perfeitamente outros setores da economia.

Vocês também tiraram uma série de conclusões acerca da necessidade de tornar uniforme a técnica de tipificar as construções. Penso que essas são coisas razoáveis, penso que são coisas lógicas. Falou-se também da questão da qualidade, não sei se se falou também — é possível — da questão das formas, como nós temos que tratar de conciliar três coisas: economia, qualidade e forma. Eis onde está verdadeiramente o papel dos arquitetos, dos técnicos, como conciliamos essas três coisas, quer dizer, o tornamos econômico e o fazemos de qualidade e, além do mais, o construímos bonito; não incorrer no extremismo de dizer: vamos somente atender a estes dois fatores, como atendemos aos três fatores, como o tornamos econômico sem sacrificar a estética, e como o construímos estético sem sacrificar o econômico.

Às vezes, não se sacrificou nem o estético nem o econômico, mas se sacrificou a funcionabilidade, a utilidade. Temos visto por aí alguns tipos de naves, de umas cafeterias que, às vezes, é um telhado pontiagudo, tem uma forma muito bela, e quando chove não há quem possa estar parado em todo aquele lugar e tudo se molha (APLAUSOS). Quer dizer, há quem põe o acento no lado estético. E me esquecia dizer que nesse caso se esqueceram de duas coisas, disse que a funcionabilidade, não, também esqueceram o lado econômico.

Há quem põe toda a ênfase no estético, há quem, ao avesso, põe toda a ênfase no econômico, há quem põe toda a ênfase na utilidade do que se está fazendo, e, claro, sobre isto é difícil mesmo traçar regras. 

É claro que agora nestes primeiros tempos não podemos satisfazer nossas mais exigentes aspirações quanto à qualidade, quanto à estética. Não, isso também é um processo dialético, é um processo mudante, não podemos aspirar agora a fazer as coisas tão bonitas como podemos aspirar a fazê-lo dentro de 20 anos, mas devemos tentar evitar fazê-las agora tão feias que dentro de 20 anos nos envergonhemos do que estamos fazendo agora (APLAUSOS).

É preciso conciliar todas estas aspirações e conciliá-las, além do mais, com as realidades, e não esquecer que as necessidades surgem, uma vez satisfeita uma, surge outra e surge outra e surge outra; e no dia em que tenhamos satisfeitas todas estas necessidades elementares começaremos a sentir a outra necessidade de que as coisas que tenhamos feito sejam agradáveis, sejam o mais agradável possíveis; vão surgindo uma atrás da outra por ordem hierárquica e não devemos esquecer-nos do futuro.

Temos que estudar todos os problemas relativos ao planejamento físico, a localização dos centros industriais de maneira racional, o embelezamento, além do mais, que não custa caro, porque há muitas coisas que se podem fazer bonitas, praticamente com nenhuma despesa. O problema mesmo dos relvados, tão esquecido neste país, a melhor prova são as 500 mil árvores que hoje, em homenagem aos construtores, plantaram os companheiros dos Comitês de Defesa da Revolução (APLAUSOS).

Há aproximadamente um ano nós expressamos ao companheiro Osmany nossa preocupação pela falta de árvores na capital, quanto afeta a beleza de nossa capital e de qualquer cidade, quanto dana a saúde; a necessidade de fazer um esforço de plantar árvores, que é uma coisa tão simples e tão barata, e que só com o tempo e um pouco de atenção permite que nossas cidades dessoladas, nossas praças dessoladas, cheguem um dia a ser um lugar onde haja fresco, haja sombra, seja agradável estar. Quem se preocupou por essas coisas nunca?... E nós temos a obrigação de preocupar-nos por todas essas coisas, porque temos a obrigação de tentar fazer deste país um país agradável, em todas as ordens, temos que tentar fazer a vida agradável de cada cidadão, cada vez mais, e temos que pensar no amanhã, e temos que pensar em nossas cidades do futuro. E praticamente temos que estudar todos os povos, todas as cidades, sobretudo aquelas que têm mais possibilidades de desenvolvimento, sobretudo aquelas onde os recursos naturais do país — a água, e os outros recursos que determinam o desenvolvimento de uma cidade — estão assinalando o desenvolvimento dessa cidade; o traçado das ruas, as áreas destinadas ao plantio de árvores. Porque temos que preocupar-nos por essas coisas.

Cada vez que passamos por um vilarejo qualquer e o vemos tão abandonado — nem tão abandonado hoje, mas a forma desordenada em que se foi desenvolvendo — então pensamos se em cada um desses povoados se está fazendo um estudo, e devemos tentar que em cada um dos povoados se vá estudando a parte referente à urbanização, a parte referente à indústria, e estejam os companheiros dedicados a essa tarefa, em uma incessante busca de elementos de juízo que lhes permitam assinalar uma solução, para onde se vai crescer, que cidades estão chamadas a crescer, de acordo com os planos econômicos do país, o quê fazer em cada vilarejo, o quê fazer em cada usina açucareira, o quê fazer para conseguir que a vida seja mais agradável na usina, o quê fazer para melhorar as condições de habitação nas usinas, as condições de vida, o quê fazer para que haja um lugar onde se possa tomar um sorvete, um refrigerante, um café. Não seja que chegue o dia em que tenhamos de todas essas coisas mais que abundantes e não tenhamos nem um lugar onde possa ir sentar-se um trabalhador açucareiro.

E pensar em todos esses problemas, não esquecer nenhum desses problemas de acordo com as realidades, de acordo com as aspirações do país. As usinas açucareiras se convertem em centros muito importantes, pois a indústria açucareira terá um grande auge, e é necessário que esses centros — que vão ser centros vitais da economia do país — recebam a atenção de nossos companheiros que trabalhan no planejamento, e recebam a atenção dos companheiros do Ministério da Construção, acerca de possibilidades, e recebam a atenção de todos os organismos que podem de alguma maneira contribuir a melhorar as condições de vida. O estudo das condições de diferentes centros industriais, como é o centro do norte de Oriente, onde atualmente — por sinal — se está fazendo um esforço especial, onde trabalham milhares de trabalhadores naquelas jazidas, naquelas indústrias.

Quer dizer, que há muito por fazer, há muitas coisas em que pensar, há muitas aspirações a satisfazer, e devemos procurar ter em conta tudo porque, às vezes, nos esquecemos dalgumas regiões. Às vezes, a gente passa por um vilarejo e tem a sensação de que todo mundo se esqueceu desse povoado; e aí tem que haver um serviço médico, ali têm que haver técnicos. Em todos esses lugares chegará o momento, inclusive, que praticamente em cada usina açucareira haja uma escola secundária básica; muitos casos de jovens nas usinas açucareiras, às vezes, que já para estudar o ensino secundário têm que andar viajando horas. E naturalmente, é algo, é muito. E há casos de rapazes dos campos que vão a povoados que estão a 20 quilômetros a estudar na escola de ensino secundário. Isso, naturalmente, não se observava, e é sintoma de como se está desenvolvendo a juventude, como estão surgindo por onde quer, por todos lados, as inteligências.

Chegará o momento em que em cada usina açucareira terá que haver uma escola de ensino secundário; os serviços dos hospitais, os círculos sociais. E ali têm que ir viver os técnicos, ali têm que ir os trabalhadores. Muitas vezes temos problemas com a questão da localização dos médicos, porque não há moradias para eles. Faz-se um hospital, e é necessario rodear de condições adequadas, de algumas facilidades, os que vão trabalhar ali, precisamente para evitar essa tamanha concorrência que a capital — com maior número de atrações — exerce sobre os técnicos, exerce sobre muitas pessoas. E quantos não houve que, assim que puderam, partiram das usinas! Quantos não abandonaram as usinas buscando trabalho em outro lugar, cansados, aborrecidos das condições de vida das usinas açucareiras! E nós temos que desenvolver o interior do país, temos que criar melhores condições de vida no interior do país, porque temos que desenvolver-nos para o interior do país, desenvolver as populações do interior, os recursos do interior.

Esta é uma ilha que não é redonda. Se esta fosse uma ilha redonda, perfeitamente bem poderia ter um centro. Mas é uma ilha longa e estreita segundo temos estado lendo, depois que temos visto algumas geografias — e aqui vejo que quase todo mundo leu mais de uma geografia — e creio que poderão entender perfeitamente bem, perfeitamente bem os enormes inconvenientes que coloca o desenvolvimento de uma capital tão grande, praticamente em um extremo da ilha; o qual, unido a alguns de nossos costumes, como é o de estar reunindo constantemente os funcionários da república toda aqui na capital, cria tamanho problema, com um deslocamento incessante de funcionários de Oriente, Camaguey, Las Villas, para Havana; incessantemente, porque constantemente há uma comisão, uma reunião, para informação, para isto, para o outro... (APLAUSOS). Que, às vezes, é mais cômodo reunir todos em um gabinete; venha o chefe de cá, e o de lá, e o de mais cá, para uma reunião. Têm que fazer uma viagem cansativa; se não conseguem lugar no avião, no trem, no ônibus. Para esses métodos, realmente a capital ideal seria Santa Clara, pois não teriam que percorrer tanta distância.

Mas penso que, muitas vezes, o funcionário pode ir ao interior, se não pode ir o ministro, pode ir um vice-ministro, e em vez de ter uma reunião de todos os da província, ter seis reuniões, uma em cada província (APLAUSOS). E, às vezes se concretizam melhor as coisas — eu tenho visto que alguns coraram, se envergonharam, e eu não estou pensando em ninguém, com certeza (RISOS) — às vezes se concretizam muito melhor as coisas. Se algumas dessas reuniões de informação, de análise, se realizam na província, se reúnem todos os companheiros que têm a ver com esse trabalho, se reúnem os companheiros do Partido, e é muito mais fácil. Às vezes, é preciso fazer isso, às vezes, é preciso fazer uma reunião nacional; então isso implica um grande trabalho para todos. Às vezes, os homens que estão ali na frente das tarefas — que têm um sem-número de cargos — se podem reunir não só com os que estão na frente do trabalho, se podem reunir com os companheiros do Partido, que é uma força na que devemos apoiar-nos cada vez mais (APLAUSOS), porque, felizmente, essa força vai surgindo com companheiros de um grande espírito de responsabilidade, companheiros que têm uma grande preocupação de todas as questões, onde se está percebendo a qualidade do trabalho dos companheiros. E isso é uma força, e se os citamos aqui não podemos dizer a todos os companheiros do Partido que venhan; em uma reunião de alguns setores do trabalho podem ir e se reúnem os da regional, porque se estão mais ou menos bem encaixados na agricultura e em distintas atividades da produção, está a regional de produção com a regional política. E é uma garantia quando nessas reuniões participam os companheiros também do Partido, não para ir substituir as atividades do administrador, não para que se convertam e se coloquem no lugar e grau do administrador, não; que felizmente, os companheiros estão compreendendo cada vez melhor isso. Mas se convertem em uma força que ajuda, que respalda, que apoia, que impulsa, que faz renascer o entusiasmo. E nós tivemos a chance de ver isso em um setor de trabalho, na agricultura, e em toda uma série de planos agrícolas que se estão implementando, o utilíssimo que resulta o apoio dos companheiros do Partido a esses planos, não para que administrem; como se expõem os problemas, como ajudam a resolver diferentes questões, como ideiam soluções, ajudando os organismos produtivos sem diminuir a atividade dos companheiros nem a autoridade dos companheiros que estão na produção.

Não é uma coisa fácil, mas os companheiros cada vez têm mais experiência nisso, cada vez se percebe melhor a eficácia de seu trabalho.

Às vezes, naturalmente, têm que cumprir muitas tarefas. Às vezes, os companheiros do Partido sao puxados de uma reunião a outra, de uma citação a outra, e de uma comissão a outra, porque um ministério teve a ideia de fazer um plano, e lá reuniu o Partido todo; depois o outro teve outra ideia e o reuniu, o reuniu aqui. E, às vezes, se acumulam montes de tarefas, e andan loucos os companheiros, tentando cumprir com tudo. Que, às vezes, também nos esquecemos disso; às vezes, quando surge uma ideia nova, não perguntamos que outras tarefas estarão realizando nesse momentou os companheiros e qual será o melhor momento para realizar essa tarefa. Não desesperar-nos tampouco.

Mas um bom método que contribuiria para superar alguns de nossos vícios — e isso é outra coisa: a circunstância de encontrar-se a capital neste ponto tão afastado de algumas das províncias do país — é, por ocasiões, realizar as reuniões por províncias. Além do mais, a experiência ensina que essas reuniões nacionais sempre são muito abstratas, e têm pouco de concreto. Muitas vezes não se seguram bem as coisas, não se estudam bem os problemas de cada região; são bem vagas e, além do mais, são mais bem maçantes (APLAUSOS). E para realizar determinadas tarefas nossos ministérios têm bastantes vice-ministros (RISOS), se para realizar algumas tarefas, por ocasiões vão à província, ali se reúnem, e vão à outra província, e vão à outra província. Claro que esse funcionário vai estar em seis reuniões; mas possivelmente as coisas fiquem mais claras, mais precisas, mais concretas. E tem uma grande importância, tem uma grande importância. Porque muitas vezes surgem coisas, quaisquer detalhes. 

Vou pôr um exemplo: quando foi lançada a consigna para o próximo Natal, de que devíamos tentar cevar os porcos. Às vezes, se produzia uma grande matança de porcos, e depois durante três meses não se produzia nem um toucinho, nem presunto, as indústrias de carne paralisadas. O que era mais racional? Bem, podíamos privar-nos disso. Então, alguns companheiros nas províncias expunham uma coisa razoável: existiam os contratos de compra-venda com os pequenos agricultores, então, o quê fazer? Nalgumas províncias não tinham instalações suficientes para cevá-los; os das fazendas podiam cevá-los, às vezes tinham certo problema também de que não lhes convinha reunir porcos de muito diferentes lugares para cevá-los. E perguntavam o quê deviam fazer nessa situação, que podia dar lugar a que se produzisse certa especulação e certo mercado negro com os porcos nesses dias. O quê deviam fazer?

Então, nós tínhamos a chance de ver que em uma província há problemas diferentes dos da outra província. Nesse exemplo — um de tantos exemplos — eles perguntavam: O que devemos fazer?, e então, assim pode surgir uma solução, como foi neste caso: Bem, que os camponeses cevem todos os porcos que possam cevar; que as fazendas cevem todos os seus, e o excedente desse pequeno agricultor comprá-lo ao pequeno agricultor, e então, isso, nas províncias, pois que o distribuam.

Porque, às vezes, também é tamanho problema: que Las Villas tinha que mandar 20 mil porcos, que Camagüey tinha que mandar 18 mil, que o outro tinha que mandar tanto, quantidades enormes. E os companheiros esforçando-se para cumprir.

Assim ocorreu com a carne. Bem, o per capita de consumo de carne na capital tem sido de pouco mais de meio quilo semanal; isso foi cumprido quando em ocasiões no interior do país tinham um quarto de quilo quinzenal. E nesses tempos duros o interior mandava e continua mandando, continua nos fornecendo a carne. É lógico, bem, pois com esses casos: "Bem, comam os porcos excedentes que não possam cevar nem os camponeses nem as fazendas no interior do país" (APLAUSOS). Pareceu-nos uma coisa justa, uma coisa razoável; com esse excedente não vamos poder, Havana consumiria tudo.

E, muitas vezes, aconteceu assim. Um enorme esforço, e muitas vezes isso desalenta a produção no interior. Porque muitas vezes os companheiros que estão à frente dos trabalhos de produção sentem certa nostalgia do que consome Havana. Contudo, sempre cumprem disciplinadamente, se esforçam por cumprir em toda uma série de artigos essenciais. Apresentou-se um caso desses, bem, nestas ocasiões isto não vai resolver nenhum problema na capital da república, é um dia, pois então que no interior resolvam o problema. 

E foi uma coisa, foi uma solução que se encontra quando alguém vai ali. Algumas soluções, algumas ideias, algumas consignas que têm sua razão de ser, depois requerem ser readaptadas às circunstâncias concretas de uma região, de uma província.

E nós entendemos que essas coisas alentam os companheiros; que vejam os das províncias que são tidos em conta, que não se lhes exige, que não se converte as províncias em tributárias da capital, sem consideração alguma. E em certo sentido isso é verdade: as províncias são muito tributárias da capital. A capital não tem a culpa, esse é um fenômeno histórico; desenvolveu-se com condições de vida mais elevadas, as despesas são muito mais altas, os níveis de ingresso são mais altos. E isso imperava desapiedadamente durante toda a etapa anterior; o interior era esquecido totalmente. Bem, o interior continua ajudando, há um grande sentido de unidade nacional, de coesão nacional; as províncias compreendem estes problemas. Mas nós também devemos preocupar-nos pelas províncias, devemos preocupar-nos de ver que tenham em conta todas essas coisas, devemos dar alento aos companheiros. Porque na mesma medida em que trabalhen, na mesma medida em que se sintam entusiasmados para trabalhar no interior do país, nos ajudarão a resolver os problemas de fornecimento da capital.

E em algumas coisas os problemas... Para os níveis de fornecimento de leite que aspiramos que haja em nosso país, aí será ao avesso; será muito mais fácil de resolver no interior, se resolverá mais brevemente no interior. Infelizmente, desde o vale do rio Cauto não podemos enviar leite fresco a Havana. No vale do rio Cauto há uma indústria de leite condensado, mas terá ultrapassado sua capacidade em pouco tempo. Quando pensemos que tenhamos um dado nível, por exemplo, aspirar a ter o nível de um litro de leite per capita... Sabem na província de Havana qual é o total da população? Segundo eu sei, é algo mais de dois milhões de pessoas que vivem na província de Havana. Isto faz com que alguns desses problemas sejam de mais difícil solução; mas, contudo, têm solução. Quando os excedentes do interior possam, por exemplo, serem processados na produção de leite em pó, que é uma das soluções mais práticas. Muitas vezes, quando há escassez de leite fresco, atualmente, uma parte do leite fresco da capital da república se produz à base de leite em pó. Mas se produz um leite bom, um leite que tem todos os nutrientes, que tem uma grande qualidade. Em Havana, para poder chegar a esses níveis, com base na produção só da província, seria muito difícil. As províncias do interior têm que ajudar a resolver esse problema.

Será preciso estabelecer fábricas de leite em pó. Porque tão só o incremento do leite fresco, ainda que esse incremento seja grande e rápido, não basta para estar à par do nível de consumo no interior da república, dentro de três anos. Não bastaria. Então, para chegar a níveis tão altos como no interior, temos que empregar parte do leite fresco e parte dos excedentes do interior elaborados. E no interior há um grande entusiasmo pelo trabalho; e no trabalho agrícola há um entusiasmo extraordinário no interior. Estão trabalhando seriamente, responsavelmente, com grande entusiasmo, os companheiros no interior do país; se está fazendo realmente um esforço significativo.

Mas devemos meditar acerca de todas estas coisas e temos que pensar como nós vamos criando as condições, elevando os níveis de vida daqueles setores da população mais pobre, daqueles setores da população que vivem em piores condições; e tudo isso faz parte do trabalho de todos. Mas faz parte, de maneira muito importante, de vocês, faz parte de maneira muito importante do esforço dos trabalhadores da construção.

E estamos conscientes, e todos os companheiros de todos os setores da produção estão conscientes, que é incalculável o que deverá ser construído em nosso país. Por isso é tão imprescindível aprofundar na técnica, tão imprescindível avançar pelo caminho da mecanização; por isso é tão imprescindível modernizar nossas técnicas de construção, desenvolver nossas indústrias de construção, porque os mesmos homens, a mesma força de trabalho, com máquinas com técnicas modernas, terão que produzir muitas vezes mais do que produzem hoje, e teremos que chegar ao momento em que mecanizemos ao máximo a construção, porque nem sonhar que com métodos artesanais estas necessidades poderiam ser satisfeitas nunca, ainda que nossos homens se esforcem muito.

E precisamos de força de trabalho nas indústrias, precisamos de força de trabalho na agricultura. Não disporemos de abundante força de trabalho na construção, mas poderemos dispor de técnicas modernas, poderemos dispor de máquinas, poderemos multiplicar muitas vezes a força de trabalho. E essa será nossa gran aliada para poder satisfazer estas aspirações.

Nós todos estamos muito conscientes disso. E pensamos que vocês, os técnicos, os trabalhadores da construção, têm feito uma boa contribuição, creio que têm feito uma coisa útil, positiva. E nós exortamos os demais companheiros que estudem estes materiais, e que da mesma maneira que eles necessitam a ajuda da construção, necessitam a colaboração do ramo da construção, eles, por seu lado, colaborem e contribuam a estabelecer as normas, a estabelecer as disciplinas, a satisfazer todos os requisitos de documentos e de projetos que requerem as obras; e assim, quando dentro de dois anos, de acordo com esta disposição acordada por vocês, se volte a reunir este congresso, já possamos exibir, comparando-o com este, os grandes avanços que tenham alcançado nesse sentido.

Pensamos que por isso, os trabalhadores da construção merecem a mais expressiva felicitação, merecem que lhes agradeçamos pelo que têm feito, e merecen toda a confiança do povo, e toda a confiança da Revolução (APLAUSOS). 

Pátria ou Morte! 
Venceremos!
(OVAÇÃO)

Versões Estenográficas – Conselho de Estado