A Pátria os estreita em seu peito
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O aplauso com que cada noite são premiados os médicos cubanos que combatem sem descanso o vírus que hoje ameaça, ressoou em 8 e junho, duas horas antes, justamente quando pisaram na terra cubana os 52 integrantes da brigada médica cubana Henry Reeve, que partiu rumo a Lombardia, em 21 de março passado; um fato que marcaria, pela primeira vez, a presença na Europa desse contingente fundado por Fidel, para que Cuba iluminasse com seus profissionais da Saúde os mais lôbregos recantos do mundo
Do centro mesmo da pandemia, talvez do local que foi seu epicentro, retornaram nossos heróis, despojados de escudos e fanfarras, sem mais armas do que o conhecimento e a humildade, as que são precisas para se inserir em um cenário gemente, no qual minimizaram a queixa e a morte, e salvaram mais de 200 vidas.
Com uma amalgama de sentimentos, trazendo para seu país experiências inesquecíveis, levavam em suas mãos, cada um deles, as bandeiras de Cuba e da Itália, irmanadas para sempre na história, sem se importar quem pôs a dor e quem pôs a vida; sem gabar-se das mais de 5.500 atenções sanitárias que fizeram, sem mais louros que pôr no lugar que merece o nome da terra longínqua onde nasceram. São os médicos de Cuba! Não estejam espantados!
Com sorrisos nervosos e ocultos, flores vermelhas, saudações necessárias inusuais e próprias das medidas para sufocar a Covid-19, foram recebidos após a chegada mesma, e em um salão é escutado esse hino que cada noite nos faz tremer, aquele que nos mostra beijando o mundo, o que descreve os valentes, que veem na Pátria a humanidade toda.
Veem-se cantar atrás da máscara protetora, brilham mais seus olhos, alguns tiram os óculos. Todos se reconhecem na letra cantada.
A voz do presidente surpreende-os, embora não esteja presente, a fim de não violar os protocolos que rigorosamente foram estabelecidos para dar cabo da doença. Envia uma saudação virtual, dele e dos companheiros que o acompanham nesta guerra a morte contra a epidemia e em prol da vida do país. Põe ênfase na saudação maior, a do general-de-exército Raúl Castro Ruz, e do Partido Comunista de Cuba. Compartilha a alegria de vê-los retornar vivos, e com o dever cumprido.
«Gostaríamos imenso de poder abraçar, um a um, para lhes agradecer sua heróica missão», diz-lhes. E assegura que para isso vai haver tempo, e que poderá escutar suas anedota e as experiências vividas. Fala-lhes sobre o que eles representam: a vitória da vida sobre a morte, da solidariedade sobre o egoísmo, do ideal socialista sobre o mito do mercado. E lembra que eles demonstraram ao mundo uma verdade que os inimigos de Cuba pretenderam silenciar, a da fortaleza da Medicina cubana.
As mensagens, que continuam colmando as emoções encontram, por proposta do doutor Carlos Pérez, chefe da brigada, uma maneira de responder, e eles então cantam o Hino nacional, enquanto Cuba os contempla, orgulhosa.
O abraço longamente esperado, que agora somente é consumado com o coração, precisará esperar uns dias, pois há medidas sanitárias que não se podem deixar de cumprir. Um cordão humano, respeitando a distância aconselhada, recebe-os, na borda da estrada, no itinerário até o local da quarentena. E eles sentem que, nos abraços próximos, a Pátria os estreita em seu peito.