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África e Cuba unidas pela amizade e a solidariedade

Data: 

11/06/2018

Fonte: 

Granma International

O vice-presidente do ICAP, José Prieto Cintado e Yahimi Rodríguez Flores, asseguram que apesar das carências materiais na África e no Oriente Médio se desenvolve um árduo trabalho solidário com Cuba e os processos sociais revolucionários do mundo. Photo: Arielis González/ICAP
 
«NA África e no Oriente Médio existem 95 associações de solidariedade com Cuba em 45 países, que fomentam os laços de amizade com a Ilha maior das Antilhas», expressou ao Granma Internacional o vice-presidente do Instituto Cubano de Amizade com os Povos (ICAP), José Prieto Cintado, ao salientar o trabalho realizado por esses grupos no ano 2017.
 
Cintado, também licenciado em Relações Políticas Internacionais explicou que foi um evento importante, na área subsaariana, a realização do 5º Encontro continental africano de amizade é solidariedade com a Ilha caribenha, realizado de 5 a 7 de junho, do ano passado, na cidade de Windhoek, Namíbia.
 
«Ali se reuniram 183 delegados de 19 países, inclusive uma delegação dos Estados Unidos. Foi aprovado um plano de ação, que inclui estratégias de luta para o período 2017-2019. Esperamos realizar o 6º evento continental na Nigéria, no ano próximo», assinalou o diretivo do ICAP.
 
As prioridades fundamentais do trabalho destes amigos estão focadas em exigir a eliminação do bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelo governo dos Estados Unidos contra Cuba e para o qual foram selecionados os dias 17 de cada mês para convocar mobilizações e protestos, em frente das embaixadas e consulados estadunidenses no continente africano.
 
Também se pronunciam pela devolução do território ilegalmente ocupado pela Base Naval norte-americana em Guantánamo e expressam apoio a outras causas do mundo, principalmente em respaldo às lutas dos povos saariano e palestino, além da Revolução Bolivariana na Venezuela.
 
Prieto Cintado disse que, geograficamente, a África é um continente distante da Ilha maior das Antilhas, mas muito próximo quanto aos laços históricos, que tiveram um forte impulso com o triunfo da Revolução Cubana.
 
«Esses vínculos se acrescentam cada dia com as visitas à Ilha de chefes de Estado e dirigentes de alto nível, vindos dessa parte do mundo. As estreitas relações mútuas se expressam igualmente no elevado número de jovens que estudam em nosso país», afirmou.
 
Outro tema tratado nos eventos solidários e nas mobilizações está vinculado com ações para desmentir as campanhas de descrédito da mídia contra a Revolução Cubana, mediante a publicação de artigos, declarações e comentários sobre a realidade de Cuba nos órgãos de difusão em massa e nas redes sociais e sobre o trabalho da colaboração médica que a Ilha está oferecendo nessa zona geográfica.
 
«Os movimentos de solidariedade executam todas suas iniciativas e nós lhe oferecemos informações», destacou o funcionário do ICAP.
 
Explicou que os inúmeros africanos formados em nível médio e superior na nação caribenha se encontram trabalhando em seus países de origem e que nenhum deles esquece os anos vividos em sua juventude na pátria de José Martí.
 
«Eles representam um reforço dentro das organizações de solidariedade, inclusive as rejuvenescem com formados nos últimos anos, o qual dinamiza o trabalho», apontou.
 
Atualmente esses jovens acompanham as sedes diplomáticas cubanas radicadas naquele continente. Muitos desses jovens servem de tradutores às missões médicas e educativas, oferecem-se voluntariamente para qualquer tarefa a cumprir em aldeias e comunidades afastadas dos centros urbanos.
 
Ainda que não exista uma brigada de solidariedade procedente da África, que a cada ano viaje a Cuba para desenvolver trabalho voluntário no acampamento internacional Júlio Antonio Mella, em Caimito, muitos se incorporam aos contingentes internacionais convocados pelo 1° de maio ou para homenagear o mítico Comandante Ernesto Che Guevara.
 
«A maioria deve fazer viagens por terceiros países, pela carência de voos diretos entre Havana é a África, inclusive ir até Europa ou os Estados Unidos, para depois chegar ao Caribe», ressalta.
 
«Outro obstáculo são os vistos, porque alguns países rechaçam que eles utilizem seus aeroportos para realizar as escalas de trânsito, pelo qual se dificulta muito a visita de turismo dos africanos a Cuba».
 
«Contudo, em 2017, visitaram o país vários grupos integrados por parlamentares e membros dos partidos políticos africanos, que se pronunciaram pelo fortalecimento das trocas econômicas, na saúde pública e na educação», disse.
 
Acrescentou que desenvolveram um trabalho de promoção de moções de condenação à política de ingerência do bloqueio econômico contra Cuba.
 
«As delegações que visitam o ICAP prestam homenagem aos líderes da independência de seus países, no Parque dos Próceres Africanos, que se encontra na capital», acrescentou.
 
Assinalou que Cuba tem uma longa história de luta pela soberania dos países africanos.
 
Por outro lado, referiu que no Oriente Médio a Ilha conta com simpatizantes, que acompanham as atividades convocadas e estão do lado de Cuba perante qualquer agressão imperial.
 
«O Irã é uma das nações destacadas no trabalho solidário, enquanto os palestinos, estejam onde estiverem, mostram seu carinho, apesar das difíceis condições em que vivem e a fustigação a que são submetidos. Às vezes, pode-se encontrar algum símbolo da nossa pátria em uma barraca, em uma zona desértica, o que quer dizer que a solidariedade com Cuba está presente, não apenas em agradecimento ao que foi feito, está fazendo-se e continuaremos fazendo por eles, mas porque têm como exemplo a Revolução Cubana», resumiu Prieto Cintado.
 
MOVIMENTO HETEROGÊNEO
 
A coordenadora para a África e Oriente Médio do ICAP, Yahimi Rodríguez Flores, disse que este «movimento de solidariedade é heterogêneo, onde se incluem membros dos governos, trabalhadores da indústria e do comércio, sindicalistas, profissionais, médicos e professores, até com diversas posições políticas. Contudo, sempre há um ponto comum, baseado na simpatia, o respeito e o carinho aos líderes de nossa Revolução, especialmente a Fidel Castro», insistiu a jovem especialista.
 
Rodríguez Flores manifestou que no ano passado visitou Mali e a Guiné e ali percebeu os contrastes da África. «Conheci sobre as dificuldades dos amigos que compartilham seus escassos recursos e mantêm um espaço para acompanhar Cuba», significou Yahimi, também licenciada em História.
 
«Só o fato de caminhar pelas ruas e alguém te identificar como cubana, imediatamente o associam ao nome de Fidel Castro. Minha pele arrepia ao sentir o carinho dos africanos a Cuba. Aconteceu no aeroporto, em algum mercado, ministério ou organismo. Podia ser que alguém me escutasse falar na rua e imediatamente expressavam: ‘Eu amo Cuba, eu amo Fidel Castro’». •
 
Principais eixos de luta da solidariedade com Cuba na África:
 
• A eliminação do criminal bloqueio, econômico, comercial e financeiro dos EUA a Cuba
 
• A devolução do território ocupado pela ilegal Base Naval norte-americana na baía de Guantánamo
 
• A divulgação da realidade cubana e o enfrentamento às campanhas de desinformação contra a Ilha
 
• A solidariedade com os povos palestinos e saarianos, ainda colonizados
 
• Apoio aos processos sociais que se afastam do capitalismo, principalmente na Venezuela