Colaboração educacional no mundo
A história da solidariedade e a colaboração do nosso povo, no âmbito da educação, faz parte fundamental da política exterior da Revolução Cubana, alicerçada em princípios e em uma ética que tem caracterizado a atuação de nosso país, desde o ano 1959. O artífice e condutor deste maravilhoso referente para a história da humanidade tem sido o líder da Revolução Cubana, o comandante-em-chefe Fidel Castro Ruz.
É na África onde começou a colaboração internacionalista de Cuba com outras nações do mundo. Na República da Guiné, no ano de 1960, foi assinado o primeiro convênio de colaboração com um país africano e à Argélia, em 1963, viajou a primeira brigada médica cubana composta por 50 médicos. Desde esse momento, centenas de milhar de cubanos prestaram serviço nos lugares mais remotos de muitos países, contribuindo a salvar vidas e a melhorar os indicadores socioeconômicos destes países. Realmente é extensa a lista dos países que já receberam no seu solo os cooperadores cubanos, ou diversas modalidades de colaboração solidária que são únicas no mundo, por causa da sua extensão, profundidade e impacto.
A cooperação cubana sempre esteve desligada de qualquer condicionamento de tipo político-ideológico ou econômico. A não imposição de um modelo particular aos países receptores tornou-se evidente com a introdução de programas de estudo para milhares de estudantes estrangeiros, na sua imensa maioria africanos, na Ilha da Juventude e posteriormente em todas as províncias do país, os quais em vez de estudar as disciplinas de Geografia ou História cubanas, cobriam as necessidades de aperfeiçoamento da língua oficial dos seus países, junto com sua própria geografia, história e costumes, lecionada em muitos dos casos por professores das suas nacionalidades. O funcionamento, na Ilha da Juventude, de um Instituto Pedagógico exclusivamente para alunos zimbabuanos, converteu-se numa experiência com impacto positivo, que foi transferida posteriormente ao continente africano e ainda se mantém em países como Angola, Moçambique, Guiné Equatorial e Tanzânia.
A partir do ano 1975 as relações de solidariedade entre Cuba e África, Ásia e Oceania, experimentaram um aumento espetacular com a independência de Angola, o qual propiciou, entre outros fatos, o envio em 16 de março de 1978, do primeiro grupo do Destacamento Pedagógico Internacionalista Che Guevara, com centenas de professores jovens e o desenvolvimento, pela primeira vez no continente africano, de uma Campanha Nacional de Alfabetização na República de Angola, que permitiu alfabetizar 1,3 milhão de pessoas.
O funcionamento destas escolas em Cuba resultou uma experiência única na solidariedade prestada à África por qualquer país extracontinental, bem como na interação de grandes quantidades de jovens africanos de origens nacionais diversas com a população cubana de uma zona do nosso arquipélago e esta se manteve significativamente em escolas de diverso tipo, ao longo do país todo, nas últimas décadas.
A experiência dos bolsistas na Ilha da Juventude e as ações perspectivas do Ministério da Educação (Mined), foram dirigidas desde um início pelo ministro da Educação de Cuba, companheiro José Ramón Fernández, a partir da transferência de centenas de crianças namibianas, em decorrência de um ataque sul-africano ao acampamento de refugiados de Cassinga, no sul de Angola, cujo governo carecia das condições para atendê-las naquela conjuntura. Mais tarde, mais ou menos uma dezena de países africanos contou com uma ou várias escolas de ensino secundário, técnicas ou institutos pedagógicos na Ilha da Juventude, pelas quais passaram milhares dos seus jovens e muitos ficaram longos anos em Cuba, onde cursaram todo o ensino de segundo grau, estudos universitários e, inclusive, estudos de pós-graduação.
O esforço solidário cubano para com a África repercutiu em inúmeros contingentes de graduados em Cuba em determinados países africanos, entre os quais não é incomum achar líderes políticos, ministros, empresários e outras figuras de importância nacional e internacional, tais como o tanzaniano Salim Ahmed Salim, que ocupou o cargo de secretário-geral da Organização para a Unidade Africana (OUA).
A projeção cubana para a África, Ásia e Oceania, insuficientemente difundida nos meios de comunicação que operam as multinacionais da informação no mundo, é associada com o grau de apoio interno com que conta esta política no seio da população cubana. À margem da educação internacionalista, solidária e altruísta que as instituições e o Estado cubano se esforçam por incutir nos seus cidadãos, o povo de Cuba sente que boa parte da sua origem vem da África, e isso tem ocupado nos meios de difusão, nestes anos, um lugar muito mais relevante, em comparação com o que ocorre na imprensa escrita, radial ou televisiva de qualquer outro recanto do mundo. Desde os anos da década de 60, a história do continente foi instaurada como matéria independente nas universidades cubanas, e a partir desse momento multiplicaram-se as instituições relacionadas com ela: por exemplo o Centro de Estudos da África e Meio Oriente (Ceamo); a Casa da África, do Gabinete do Historiador da Cidade de Havana, entre outras.
Desde os primeiros anos do triunfo da Revolução, os cubanos tivemos acesso real às ideias das personalidades mais importantes da política africana, tais como Patrice Lumumba, Amílcar Cabral, Nelson Mandela, Agostinho Neto, Gamal Abder Nasser, Julius Nyerere, entre outros, ou da arte, como a cantora Miriam Makeba ou o balé da Guiné, ou as melhores amostras de cinema africano e de outras nações que tratam do tema.
O volume de obras literárias, políticas ou históricas do continente africano publicadas em Cuba em castelhano não tem comparação, por seu volume e qualidade, com nenhum outro país não africano e inclusive em muitos do Primeiro Mundo. Daí que figuras de destaque, como os Prêmios Nobel Wole Soyinka e Nadine Gordimer manifestem seu marcante carinho para com Cuba.
No ano 1998, por indicação do comandante-em-chefe Fidel Castro Ruz, realizou-se a primeira versão do Programa de Alfabetização “Sim, eu posso”, por parte de um grupo de especialistas do Ministério da Educação (Mined), que viria a ser aplicado na República do Níger em língua francesa, mas este método de alfabetização não conseguiu ser implementado, por causa do assassinato do presidente da República e essa contextualização foi transferida para a República do Haiti e foi necessária uma adaptação ao crioulo, que foi a primeira versão aplicada do mesmo.
Este programa já foi aplicado em 29 países e por meio dele foram alfabetizadas 8.222.810 pessoas. Cuba continua promovendo e desenvolvendo a colaboração internacional no campo da alfabetização e da educação básica, com a finalidade de contribuir com os esforços que se realizam no mundo, para reduzir os altos índices de analfabetismo entre a população jovem a adulta, naqueles países que não contam com os recursos humanos e financeiros necessários para fazer face a esse desafio.
A concepção básica cubana expressa-se no estabelecimento de uma educação básica de qualidade, que permita aos necessitados transitar desde a alfabetização até os níveis da sexta e nona séries. Esta concepção materializa-se com os programas de alfabetização e de continuidade de estudos “Sim, eu posso”, “Já posso ler e escrever” e “Sim, eu posso continuar”.
O programa “Sim, eu posso” tem como objetivo estratégico que o participante se insira na vida social, cultural e econômica do seu entorno e aprenda os códigos linguísticos necessários que lhe permitam a continuidade de estudos nas instituições educativas existentes no país.
O programa “Já posso ler e escrever” torna possível o trânsito dos recém-alfabetizados ao programa de Educação Básica Elementar “Sim, eu posso continuar” ou a outros programas do Ensino de Jovens e Adultos existentes no país, para atingir o ensino primário e sua continuidade rumo aos seguintes níveis educativos. Com este programa consegue-se uma articulação que responde à própria concepção cubana, a qual considera a alfabetização dentro de um processo sócioeducativo muito mais amplo, no qual é necessário garantir a continuidade de estudos por parte dos recém-alfabetizados através de diferentes vias e modalidades. Este terceiro programa permite à população beneficiária, após terem sido conseguidos os objetivos, assumir estudos superiores de capacitação trabalhista ou maior acesso às diferentes fontes de trabalho nas comunidades onde moram.
Poderia escrever-se muito mais, mas o que já foi feito até agora é impressionante, como seus resultados na familiarização do cubano com a África. Além do mais, constitui um elemento crucial o contato entre ambos os povos. Perto de meio milhão de cubanos viveu na África durante extensos períodos, em missões de cooperação civil, militar ou outras, um número extraordinário sem precedentes para um país não-africano. Igualmente surpreendente resulta o número de mais de 40 mil africanos graduados em Cuba nestes anos.
É preciso levarmos em conta que entre os anos 1961 e 2013 estudaram como bolsistas, só geridos pelo Ministério de Educação (Mined) de Cuba, mais de 21.365 alunos vindos de 82 países do mundo.
AÇÕES E PROJETOS DE GRANDE IMPACTO SOCIAL
ÁFRICA
Em 26 de julho de 1991, o líder africano Nelson Mandela, expressou em solo cubano: “Os internacionalistas cubanos fizeram uma contribuição à independência, a liberdade e a justiça da África que não tem paralelo, devido aos princípios e o desinteresse que a caracterizam”. Qual outro país pode mostrar uma história de maior desinteresse que a que mostrou Cuba nas suas relações com a África? Na história da África não existe outro caso de um povo que se tenha revoltado em defesa de um de nós, como fez Cuba”.
REPÚBLICA DE ANGOLA
Desde o ano 1976 até 2013, têm colaborado em Angola 8.174 especialistas cubanos do Mined e atualmente esta colaboração se encontra em ascensão nos Institutos Superiores Pedagógicos, Institutos de Ensino Técnico-Profissional e na Campanha Nacional de Alfabetização.
Desde junho de 2012 intensifica-se o trabalho para a articulação de todos os processos que permitam desenvolver com sucesso a generalização do programa de alfabetização “Sim, eu posso”, para alfabetizar 8 milhões de iletrados, no período 2012-2020 e de forma paralela oferecer atenção às direções do trabalho oferecidas ao Ministério da Educação de Angola, por parte do nosso país, em todas as modalidades de ensino. É significativo que atualmente existe um nutrido grupo de especialistas capacitados para ser os substitutos e cobrir outras necessidades do país.
Ao encerrar o mês de março de 2014 registra-se nas nove províncias onde está sendo implementado atualmente o Programa “Sim, eu posso”, um número de 582.321 pessoas alfabetizadas e 26.078 iletrados nas aulas.
Estão incorporados neste país 247 colaboradores, dos quais 114 estão inseridos no Ensino Técnico e Profissional e mais quatro estão no processo de viajar a esse país. Mais 110 estão inseridos no nível universitário e 20 como assessores do Programa “Sim, eu posso”.
É significativo que o número de mulheres na matrícula acumulada atinge 65,35% e a faixa etária predominante é de 19 a 25 anos, o que representa 29,08% do total. Quanto aos alfabetizados, as mulheres atingem 70,20% e o grupo de idades que prevalece é entre 19 e 25 anos, 30,22%. As idades flutuam entre 19 e 35 anos, concentrando 58,58% do total dos alfabetizados.
REPÚBLICA DA GUINÉ EQUATORIAL
Atualmente prestam serviços de colaboração neste país 127 especialistas, distribuídos nos níveis de: Educação Pré-escolar, Ensino Secundário Básico e Pré-universitário, Ensino Técnico e Profissional.
Principais atividades desenvolvidas:
- Lecionar a docência indicada em cada instituto.
- Assessoria relativa à prevenção de doenças e hábitos higiênicos sanitários.
- Realização de atividades metodológicas variadas
- Assessoria para o design da organização escolar dos centros.
- Confecção de meios de ensino.
- Realização de exposições sobre meios de ensino e trabalhos práticos realizados pelos estudantes (por seu grande impacto têm sido divulgados nos meios de comunicação em massa).
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE
Na atualidade, há ocupadas um total de 73 vagas acordadas nas Comissões Intergovernamentais para a Colaboração Científico Técnica desenvolvidas entre ambos os países e os colaboradores estão distribuídos em 11 províncias do país, dos quais 13 são assessores da alfabetização, 49 professores dos Institutos de Formação de Professores, 4 professores dos Institutos Técnicos Agrários, 6 professores da Universidade Pedagógica e 1 representante da missão. No mês de junho de 2013, solicitaram outro grupo de 20 especialistas.
REPÚBLICA DA NAMÍBIA
Atualmente encontram-se nesse país sete colaboradoras do Mined para a assessoria na Educação de Adultos e o desenvolvimento do Programa de Alfabetização “Sim, eu posso”, as quais trabalham nas regiões de Khomas (2), Oshikoto (2) e Kavango (2), além da representante do Mined, cumprindo o Acordo de Cooperação assinado em 12 de outubro de 2012.
REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DO TIMOR-LESTE
A Campanha Nacional de Alfabetização na República de Timor Leste culminou com o número de 196.636 alfabetizados com o programa cubano “Sim, eu posso” que unido à cifra de 7.827 alfabetizados por outros métodos, até fins do ano 2012 tornaram possível que o país chegasse a 99.35 dos alfabetizados e 99,7% dos que frequentaram as salas de aulas. Dos alfabetizados com o programa cubano 168.526 são compreendidos nas idades de até 64 anos, o qual representa 84,89%; e deles 96.209 são mulheres e 72.317 homens. Os maiores de 64 anos são 27.676 pessoas.
NIGÉRIA
No ano 2005 começou a desenvolver-se o programa de alfabetização “Sim, eu posso” na versão radiofônica. Na fase inicial foram alfabetizadas 1.627 pessoas e contou-se com a participação da Unesco e uma assessora do IPLAC, que esteve presente por espaço de oito meses no país.
Atualmente, existe colaboração com uma escola de ensino primário privada, na qual se encontram dois especialistas que trabalham lecionando aulas de espanhol como língua estrangeira, desde o mês de janeiro de 2014.
AMÉRICA LATINA
REPÚBLICA BOLIVARIANA DA VENEZUELA
Representa o maior volume da cooperação educativa que desenvolve nosso organismo. Amparado no Convênio Integral de Cooperação Cuba-Venezuela, que se iniciou no dia 30 de outubro de 2000, data na qual foi subscrito pela primeira vez por ambos os países, renovando-se desde essa época, na Reunião da Comissão Mista celebrada anualmente. Deste convênio derivam 12 projetos.
O objetivo central do Convênio Integral de Cooperação é contribuir à consolidação do sistema de Educação Bolivariana, a partir da melhoria contínua e a formação científica pedagógica de diretivos, docentes e outros atores na direção dos processos pedagógicos, através da assistência técnica e o trabalho científico. Neste momento encontram-se na Venezuela por causa deste convênio 518 pessoas.
Também pela missão educativa iniciada com a campanha de alfabetização, neste momento tem como cifra atual 423 colaboradores, segundo o quadro, distribuídos nos 24 estados e 335 municípios do país, deles: 386 Assessores Municipais Integrais (AMI) e 37 Assessores da Missão Sucre.
NICARÁGUA
Durante a Revolução Popular Sandinista de 1979-1980 ao impulsionar a grande epopeia da Campanha de Alfabetização da Nicarágua “Heróis e Mártires da Nicarágua”, contou-se com inúmeros especialistas e técnicos para as diferentes áreas da educação, vindos através da Unesco e o contingente “Augusto C. Sandino” de professores cubanos que desde 1980 até 1984 assegurou a presença de dois mil professores cubanos nos lugares mais remotos e difíceis do território nacional. Além desses dois mil professores, a irmã República de Cuba enviou especialistas para apoiar as ações de transformação curricular, planejamento, etc.
Entre os anos 1990 e 2007, o país viveu um novo contexto político expresso na mudança de um governo revolucionário para um governo neoliberal, que organizou o sistema educativo com uma visão totalmente oposta às políticas educativas, estruturas e valores construídos pelo governo revolucionário, o qual trouxe como consequência um recuo nos avanços conseguidos em matéria educativa, espelhados no crescimento do índice de analfabetismo até 16,59%, na faixa etária de 15 a 65 anos de idade.
Nesse contexto e no âmbito do Congresso de Alfabetização e Educação de Jovens e Adultos, realizado em Havana, Cuba, no ano 2004, a Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN), expressou seu interesse de conhecer acerca da metodologia, os processos organizativos e logísticos para desenvolver na Nicarágua o programa de alfabetização “Sim, eu posso”.
Ao triunfar a FSLN nas eleições de 2006 e ao tomar posse o Governo de Reconciliação e Unidade Nacional, em janeiro de 2007, o país encontrava-se em meio de um processo de franca deterioração das políticas sociais, particularmente as relativas à Educação.
A FSLN, tentando cumprir seu programa histórico, entre os anos 2005 e 2007, assume a responsabilidade de desenvolver processos de alfabetização. Este esforço educativo contou com o apoio solidário e desinteressado do Povo e do Governo de Cuba, que além da assessoria técnica, entregou de maneira gratuita os meios audiovisuais e o material didático para desenvolver o programa “Sim, eu posso”.
A Nicarágua foi declarada país livre de analfabetismo, em 22 de agosto de 2009, conseguindo reduzir o índice de analfabetismo para 3,56%. Os resultados atingidos têm sido verificados pela Unesco e outros organismos internacionais, mostrando a transcendência internacional desta epopeia educativa.
Durante esse mesmo ano, no âmbito do Projeto ALBA Grã-nacional de Alfabetização e Pós-alfabetização, encontra-se presente nesse país uma brigada de 30 colaboradores cubanos, os quais assessoram na implementação do programa “Sim, eu posso”, como parte da Campanha de Pós-alfabetização.
Ainda, continua-se oferecendo atendimento à população analfabeta que resta. Até a data, 10.270 nicaraguenses têm atingido o nível básico elementar (6ª série) ao vencerem os conteúdos correspondentes ao Bloco II-Parte 2 do programa “Sim, eu posso”, enquanto 12.516 participantes se mantêm nas aulas.
Relativamente à implementação do programa “Sim, eu posso”, como parte da batalha pela redução do analfabetismo que resta, em 2013 foram alfabetizadas 51.034 pessoas, com o qual foi atingida uma cifra histórica de 383.218 nicaraguenses alfabetizados desde 2007.
Outras ações de cooperação
Em novembro de 2009 visitou Cuba Marcia Ramírez Mercado, na época vice-ministra do Ministério da Minha Família, a Adolescência e a Infância (Minha Família), da República da Nicarágua, com o interesse de concretizar a assessoria de Cuba no programa social denominado AMOR e que tem como objetivo conseguir o suporte técnico, metodológico e científico do programa cubano para um Ensino de Qualidade na Infância Precoce e Pré-escolar, baseado na experiência do programa “Para a vida”. Esta ação nunca foi concretizada.
ESTADO PLURINACIONAL DA BOLÍVIA
A primeira experiência de implementação do programa de alfabetização “Sim, eu posso”, nesse país, é associada ao interesse das autoridades da prefeitura de Tarija. Durante a etapa do diagnóstico foram estabelecidos os pontos de encontro e foram capacitados os facilitadores, assessores e coordenadores.
Com o triunfo do presidente Evo Morales e em virtude dos acordos assinados com o comandante-em-chefe Fidel Castro, iniciou-se uma nova etapa para a generalização do programa na Bolívia, com o objetivo de declarar este país Território Livre de Analfabetismo, num período não maior de 30 meses. Para conseguir este fim, realizou-se em Cuba a produção dos materiais didáticos correspondentes às versões em Espanhol, Quíchua e Aimara do programa cubano de Alfabetização “Sim, eu posso”. Além do mais, Cuba contribuiu com a assessoria técnica, os materiais didáticos associados ao programa (jogos de aulas em vídeo, cartilhas e manuais do facilitador), assim como o equipamento (televisores e equipamentos reprodutores VHS) para o desenvolvimento do mesmo.
Materiais e equipamentos entregues por Cuba até julho de 2008
Em 20 de dezembro de 2008, a Bolívia foi declarada Território Livre de Analfabetismo, com um número de 824.101 bolivianas e bolivianos alfabetizados.
Em 22 de março iniciou suas ações o Programa Nacional de Pós-alfabetização, com o lançamento da Etapa de Trânsito “Já posso ler e escrever”, na comunidade indígena de Chipaya, Departamento de Oruro.
Em 2009, com o andamento do Projeto Grã-nacional de Alfabetização e Pós-alfabetização e a entrega de financiamento por parte do Banco da ALBA, viajaram a esse país 78 assessores cubanos.
Até à data, mais de 140 profissionais da educação cubanos prestaram colaboração nesse país como assessores do Programa Nacional de Pós-alfabetização. Neste momento encontra-se uma Brigada Educativa de 15 assessores.
Educação Especial
No âmbito do Congresso Pedagogia 2011, a parte boliviana teve um encontro com o vice-ministério da Educação Inicial, acerca da situação da Educação Especial na Bolívia. Ambas as partes assinaram uma carta de intenção para a assessoria cubana em matéria de educação. Nesse mesmo ano viajaram três especialistas cubanos para realizar um diagnóstico da situação da Educação Especial no país e projetar a estratégia nacional para a atenção às pessoas com deficiências, fundamentalmente no relativo às dificuldades na aprendizagem e a atenção a estudantes com talentos extraordinários.
REPÚBLICA DO EQUADOR
Programa de alfabetização
Os intercâmbios mantidos pelo comandante-em-chefe com representantes e organizações indígenas, por ocasião da sua visita ao Equador, com motivo da inauguração da “Capela do Homem” e as visitas posteriores a Cuba do líder indígena Auki Tituaña, constituem os antecedentes da introdução do programa cubano de alfabetização nesse país.
Para sua implementação, o comandante-em-chefe doou ao Cantão de Cotacachi, através de Auki Tituaña, prefeito dessa localidade equatoriana, 50 jogos de cassetes de vídeo com a versão do programa “Sim, eu posso” gravada por atores cubanos para a Venezuela, 4 mil cartilhas e 100 manuais do facilitador.
Em 23 de abril de 2004 iniciou-se o programa no Cantão de Cotacachi. Um ano depois, em abril de 2005, tinham sido alfabetizadas 1,7 mil pessoas no Cantão de Cotacachi. Em 23 de abril, este território foi declarado como o primeiro Cantão equatoriano livre de analfabetismo.
No período compreendido entre os anos 2004 e 2010, a partir de acordos assinados com algumas prefeituras, 144.416 pessoas foram alfabetizadas.
No mês de janeiro de 2009, com motivo da visita do presidente Rafael Correa, foi assinado um Convênio Marco, em matéria educativa, entre a República do Equador e a República de Cuba, pactuando outorgar a mais ampla assessoria e cooperação técnica-pedagógica para o fortalecimento dos processos de Alfabetização e Pós-alfabetização, Educação Inicial, Educação Básica, Bacharelado, experiências em Universidades Pedagógicas, Sistema Nacional de Avaliação, Supervisão Educativa, Pesquisa, Ciência e Inovação, Educação Intercultural Bilingue, assim como a capacitação especializada em cada uma destas áreas e seus níveis.
Nos fins de 2011 foi relançada a campanha, desta vez em coordenação com o Ministério da Educação equatoriano, a partir de um Acordo Específico de Cooperação assinado entre ambos os ministérios e amparados no Acordo Marco, assinado no ano 2009. nela participou uma brigada de 50 colaboradores, desenvolveu a campanha entre 23 de outubro de 2011 e 31 de maio de 2012, atingindo o número de 65.419 alfabetizados.
Em 23 de novembro de 2012 foi assinado um segundo Convênio para a continuidade da Campanha de Alfabetização, que teve uma duração de oito meses e tinha como propósito alfabetizar uma população de 194.000 iletrados.
É por isso que em 17 de dezembro de 2012 viajaram ao Equador 55 professores cubanos e foram distribuídos em 13 províncias, onde juntamente com os companheiros do projeto de Educação Básica para Jovens e Adultos (EBJA), aplicaram o Programa cubano “Sim, eu posso”, na sua segunda e terceira etapas.
Ao concluir a terceira etapa da campanha, no mês de agosto de 2013, mostra-se um total de 372.185 pessoas alfabetizadas
Programa para o Melhoramento da Qualidade Educativa (MECE)
Este programa foi desenvolvido com sucesso pelo Governo Municipal do cantão “Camilo Ponce Enrique”, desde julho de 2009 até agosto de 2012, onde de maneira conjunta foram traçadas estratégias, respeitando as tradições culturais e as leis vigentes no país para a atenção a diferentes subprojetos.
- Ensino Básico da Língua Materna
- Ensino Básico da Matemática
- Atenção à Saúde Escolar e a Educação para a Saúde a partir do âmbito escolar, como fator associado à qualidade educativa.
- Direção Científica das instituições educacionais
- Formação de Mestres e Professores, como Licenciados em Educação Geral Básica, sob o aval e patrocínio metodológico da Universidade de Cuenca.
- Estabelecer linhas de intercâmbio científico-técnico e intercâmbio de recursos humanos.
A partir dos resultados atingidos no programa, estuda-se a possibilidade de alargar esta experiência a outras regiões do país.
Acordo de Referência assinado entre o Centro de Referência Latino-americano para a Educação Pré-escolar de Cuba (Celep) e o Instituto da Infância e a Família do Equador (INFA).
Desenvolveu-se um cronograma de atividades previsto para três meses, em 23 províncias do país, com o envolvimento de 25 especialistas cubanos do programa “Educa teu filho”, mediante o qual se ofereceu suporte teórico-metodológico aos serviços de desenvolvimento infantil integral, especificamente no processo de melhoramento da qualidade da atenção das modalidades dos Centros Infantis do Bom Viver (CIBV) e o Programa Crescendo com Nossos Filhos (CNH), que implementou o INFA.
Outras ações de colaboração que estão sendo implementadas atualmente.
Realizam-se ações de cooperação entre a UCP Frank País García e o Instituto Superior Tecnológico Bolivariano de Guayaquil, participam cada três meses três especialistas cubanos por cronograma de ações.
Iniciou-se a colaboração da UCP “Enrique José Varona” com a Universidade Católica de Cuenca, com quatro especialistas neste momento.
Temos também dos colaboradores da UCP “Conrado Benítez” de Cienfuegos que até agora cumprem com as acções do programa. Um colaborador regressou por ter problemas sérios de saúde, mas na atualidade se recupera favoravelmente.
Prevê-se a abertura da colaboração da UCP Rafael María de Mendive com a Universidade Politécnica Salesiana do Equador.
REPÚBLICA DE EL SALVADOR
No ano de 2003 fez-se a contextualização e impressão em Cuba de uma cartilha para a alfabetização por rádio, o programa foi aplicado em prefeituras da FSLN, o qual foi monitorizado desde Cuba pela via eletrônica.
Posteriormente, no ano 2010 inicia-se uma cooperação governamental nas áreas de Alfabetização e Educação Inicial. O grupo de alfabetização era composto por quatro assessores. No fechamento do ano 2014 tinham conseguido declarar 18 municípios livres de analfabetismo, com um total de 168.448 alfabetizados. A ação de assessoria em Educação Inicial fez-se através da via compensada.
No ano 2013, cinco assessores trabalharam na continuidade educativa para o segundo escalão da educação básica no ensino de adultos, por um período de três meses, essa também é uma ação compensada.
Neste momento, mantém-se uma brigada de quatro assessoras para a continuidade da implementação do programa de alfabetização por rádio. Até à data têm participado dessa atividade 17 colaboradores.
REPÚBLICA DA ARGENTINA
Por ocasião de uma viagem a Cuba de um grupo de representantes de organizações de base argentinas, preocupados pela problemática do analfabetismo, indagaram acerca da experiência cubana na aplicação do programa “Sim, eu posso” e determinaram promover a introdução do programa no seu país. Começaram utilizando o mesmo programa gravado por atores cubanos para outros países e posteriormente determinou-se gravar, no Canal Educativo da televisão cubana, uma versão do mesmo com atores argentinos, que é a que está sendo aplicada neste momento.
Em julho de 2003 é enviado o primeiro assessor por dois meses para avaliar e valorizar a experiência, que se havia iniciado pelo primeiro facilitador na província Río Negro, tendo em conta os resultados que se obtiveram do trabalho. Foi constituída uma Coordenação Nacional que posteriormente se converteria numa Fundação que atualmente é conhecida como UMMEP “Um Mundo Melhor é Possível”, que preside a sra. Claudia Camba.
Neste momento, temos 14 colaboradores na Argentina. Até à data formaram-se mais de 25.925 participantes e estão dando aulas atualmente 6.287.
REPÚBLICA DA GUATEMALA
Realizaram-se quatro Sessões da Comissão Mista Intergovernamental para a Colaboração Econômica, Científico-Técnica e Comercial. Nas mesmas a parte guatemalteca expressou o interesse de continuar a colaboração nas áreas de: Alfabetização na situação de bilinguismo no âmbito da Educação para Adultos, Educação Inicial e Pré-escolar e Informática.
A colaboração na Alfabetização começou em dezembro de 2000, com o envolvimento de três especialistas em Alfabetização, os quais estiveram um mês na Guatemala, com vista a cumprir o primeiro acordo estabelecido no documento assinado, no âmbito da II Comissão Mista.
Os especialistas cubanos colaboram com a equipe técnica do Comitê Nacional de Alfabetização guatemalteco (Conalfa), pertencente ao Ministério de Educação (Mineduc), desse país.
De 8 a 12 de janeiro de 2002, realizou-se pelo Centro de Referência Latino-americano para a Educação Pré-escolar (Celep), do nosso organismo, a primeira ação combinada com o Mineduc, relativa à preparação de diretivos e técnicos do nível infantil desse Ministério, através de um treinamento em Cuba. Esta atividade resultou muito proveitosa, segundo suas valorizações, já que permitiu desenhar novas ações de colaboração e favorecer, ainda, a concepção, design e implementação de ações para a montagem de um Programa de Atenção Educativa à população infantil de 0 a 6 anos, pelas vias não formais.
Neste momento, a colaboração concentra-se no programa de alfabetização “Sim, eu posso”. Encontram-se nesse país 27 colaboradores. Até o momento foram alfabetizadas um total de 114.038 pessoas e atualmente se encontram nas aulas uns 7.782 iletrados.
MÉXICO
Relativamente à colaboração cubana no México, neste momento se desenvolvem os seguintes programas:
- Programa de alfabetização “Sim, eu posso”, em Guerrero, com nove colaboradores.
- Programa de alfabetização “Sim, eu posso”, em Chimalhuacán, com dois colaboradores.
- Programa de Melhoramento da Qualidade Educativa em Chimalhuacán, desenvolve-se de maneira continuada e se cumprem as ações do programa.
- Programa de colaboração entre o Colégio Mexiquense de Estudos Psicopedagógicos de Zumpango e a Universidade das Ciências Pedagógicas “Frank País García”, de Santiago de Cuba, que se desenvolve sem dificuldades.
- Programa de colaboração do Centro de Referência Latino-americano para a Educação Especial com a Universidade de Valle del Fuerte, Sinaloa, com o envolvimento de um especialista de Educação Especial.
- Programa de colaboração entre a Direção de Informática Educativa do Ministério de Educação e o Grupo Editor Alfaomega, no Distrito Federal, que está parado, neste momento, por causa de decisões da contraparte mexicana.
COLÔMBIA
Em 4 de janeiro de 1999, durante a visita a Cuba do presidente Andrés Pastrana e seu Gabinete, subscreveu-se um Plano de Ação de Cooperação Educativa entre os Ministérios da Educação de ambos os países, derivado do Protocolo de Colaboração Educativa, estabelecido pelos dois organismos em abril de 1994.
Entre os anos 2005 e 2007 desenvolveu-se, juntamente com a Secretaria de Educação do Distrito Capital, atividades ligadas ao projeto de Melhoramento da Qualidade Educativa (MECE).
Atualmente, as ações que se desenvolvem e se potencializam são em nível institucional. Existe um convênio de colaboração entre a UCP “Enrique José Varona”, de Cuba e a Universidade Antonio José Camacho. Trabalha-se em função da concretização de outras ações de colaboração com universidades desse país.
PARAGUAI
A partir da visita efetuada, em novembro de 2000, pela Primeira Dama do Paraguai, identificaram-se interesses nas áreas de Educação Especial e Pré-escolar, pelo qual foram enviados dois especialistas, os quais realizaram um diagnóstico que caracterizou, naquele momento, o estado da Educação Inicial e Especial: visitaram centros em oito dos 17 departamentos do país, intercambiaram e assessoraram os docentes para implementar a Educação Pré-escolar pelas vias não formais e a criação de um Centro de Diagnóstico.
Como resultado, foi elaborada uma estratégia com ações para dar continuidade a esta colaboração, as quais não puderam ser realizadas porque a parte paraguaia não se pronunciou.
Em 2003, o comandante-em-chefe Fidel Castro Ruz doou ao povo paraguaio, através do escritor Augusto Roa Bastos, nosso Programa “Sim, eu posso”. Esta doação incluiu 200 televisores e a mesma quantidade de gravadores de vídeo, 225 jogos de cassetes de vídeo (17 cassetes cada jogo), 9 mil cartilhas e 450 manuais do facilitador. Em janeiro de 2004 desenvolveu-se um programa de treinamento com nosso método “Sim, eu posso”. Fez-se uma versão do “Sim, eu posso”, em guarani.
A partir de 2008, não foi possível conseguir a presença de assessores cubanos no Paraguai. Atualmente, não temos nenhuma ação de colaboração.
REPÚBLICA DO PERU
No Peru continuam desenvolvendo-se as ações do Convênio IPLAC com Derrama Magisterial.
Está em negociação um Acordo de Colaboração entre a Regionalidade de Loreto e a UCP “Frank País García”, de Santiago de Cuba.
HONDURAS
Antes do golpe de Estado contra o governo de José Manuel Zelaya Rosales, no ano 2009, chegou-se a alfabetizar 84.942 pessoas, com o programa cubano de Alfabetização “Sim, eu posso”, com a presença de mais de 122 assessores cubanos.
Chegou-se a fazer uma pilotagem com o Programa de Pós-alfabetização “Sim, eu posso continuar”, experiência implementada em Puerto Cortés.
CARIBE
REPÚBLICA DO HAITI
Em 6 de fevereiro de 1996, um dia antes de concluir seu mandato, o então presidente Jean Bertrand Aristide reatou as relações diplomáticas entre ambas as nações caribenhas.
A cooperação entre o Mined e as instituições educacionais haitianas data de 1999, com a chegada dos primeiros colaboradores cubanos, no âmbito da alfabetização, a partir do compromisso estabelecido entre os presidentes René Preval e Fidel Castro.
No caso da Secretaria de Estado para a Alfabetização (SEA), a cooperação manteve-se quase ininterruptamente ao longo de 11 anos, só suspensa nos momentos das crises políticas que abalaram o país. Assim a cooperação na área da alfabetização, que foi cortada em fevereiro de 2004.
Em 1999, dois especialistas do Ministério da Educação de Cuba viajaram ao Haiti, com o objetivo de realizar um estudo do contexto sociocultural e linguístico haitiano e conceber e realizar uma pilotagem do primeiro programa de alfabetização pela rádio, com assessoria cubana, no âmbito da colaboração internacional.
Este estudo permitiu determinar a necessidade de realizar a alfabetização em língua crioula e conceber um programa para a aprendizagem do francês como segunda língua, no âmbito da pós-alfabetização. Em fevereiro do ano 2000 iniciou-se, na localidade de Petite Place Cazeau, a pilotagem dos dois programas, utilizando a rádio como meio pedagógico: o programa de alfabetização em língua crioula “Aprann” e o programa para a aprendizagem do francês como segunda língua, para ser utilizado como continuidade de estudos dos recém-alfabetizados.
Devido aos resultados obtidos nesta pilotagem, o governo haitiano determinou adotar o programa “Aprann” para a generalização do processo de alfabetização em todos os departamentos do país, a partir do mês de setembro do ano 2000, e sentaram-se as bases para assegurar a continuidade de estudos dos recém-alfabetizados.
Em abril do próprio ano, incrementou-se a brigada educativa cubana com a chegada ao Haiti de 20 novos assessores, cuja missão fundamental consistiu em realizar um diagnóstico detalhado de cada um dos departamentos e criar as condições necessárias para o início da generalização. Com este programa consegui-se alfabetizar um total de 159.268 haitianas e haitianos, no período compreendido entre setembro do ano 2000 e o ano 2006.
Nesse sentido, é importante significar que a Secretaria do Estado para a Alfabetização continuou utilizando o programa “Aprann”, fundamentalmente nas zonas onde não se conta com eletricidade nos horários de funcionamento dos centros de alfabetização. Na atualidade, existe um significativo número de centros que utilizam o “Aprann”, cujos resultados não se colhem nas estatísticas e não são atendidos diretamente pela Brigada Educativa Cubana.
Por acordo dos presidentes René Preval e Fidel Castro, reiniciou-se a colaboração no mês de julho de 2006 e em novembro desse mesmo ano chegou ao solo haitiano o primeiro grupo de 20 assessores cubanos, com o objetivo de criar as condições para a aplicação da ALFA Radical no mês de janeiro de 2007 e começar a alfabetização televisionada, a partir de março de 2007.
Com esse fim, viajaram ao nosso país sete atores haitianos e dois assessores desse país para participarem das gravações, em crioulo, do programa cubano de alfabetização “Sim, eu posso”. À frente da delegação viajou, ainda, o secretário do Estado para a Alfabetização no Haiti, nesse momento, Sr. Carol Joseph Henry.
Com a contextualização do programa cubano de alfabetização “Sim, eu posso”, com o uso da televisão, no ano 2006, aperfeiçoou-se a colaboração educativa cubana no Haiti, o qual marcou uma etapa definitivamente superior.
Como parte do compromisso contraído, Cuba entregou o equipamento e o material didático para a habilitação de 450 pontos de alfabetização.
A partir do ano 2009, com a criação do mecanismo de Cooperação Tripartite Cuba-Haiti-Venezuela dobraram-se os esforços que vinham sendo realizados para entregar financiamento, para assegurar a continuidade da alfabetização no Haiti.
Em novembro de 2012, em Havana, foi subscrito o Acordo de Cooperação entre os ministérios da Educação de Cuba e do Haiti, para a implementação do Programa de Alfabetização “Sim, eu posso”.
Atualmente, encontra-se nesse país uma Brigada Educativa Cubana, formada por 15 assessores, os quais trabalham em quatro departamentos selecionados: Norte, Sul, Sudeste e Oeste.
Como resultado da implementação deste programa, foram alfabetizadas, até à data, 181.451 pessoas, enquanto 117.185 permanecem nas aulas.
Atualmente, fazendo parte da Estratégia para o Reimpulso da Campanha de Alfabetização no Haiti, prevê-se a extensão da assessoria cubana ao departamento Artibonite, assim como um aumento da Brigada Educativa Cubana, até atingir o número de 46 cooperadores.
COMUNIDADE DAS BAHAMAS
A partir do ano 2003, com a abertura de uma representação consular de Cuba nesse país, tornou-se evidente um interesse de aproximação à Educação em Cuba. Num encontro que teve o ministro do Governo Ricardo Cabrisas com o embaixador das Bahamas no nosso país ele manifestou seu interesse de enviar uma delegação de funcionários do Ministério da Educação das Bahamas a Cuba, para explorar possibilidades de colaboração.
Posteriormente, no âmbito da reunião da Unesco em Cochabamba, Bolívia, os ministros da Educação de ambos os países tiveram um encontro, onde o sr. Dion Faulkes manifestou o interesse de visitar Cuba para conhecer a experiência cubana e identificar possíveis linhas de cooperação.
As relações de colaboração em matéria educativa com este país foram ativadas no ano 2003, a partir da assinatura de um Convênio entre os ministérios da Educação de nossos países, para a contratação de docentes cubanos em instituições educacionais bahamenses. Como antecedente desta assinatura, refere-se a visita de uma delegação das Bahamas a Cuba, representada pelo procurador-geral e ministro da Educação, Alfred Sears.
Desde o ano 2003 manteve-se uma cooperação de maneira ininterrupta, no âmbito da qual mais de 160 docentes cubanos deram aulas em escolas bahamenses, em diferentes especialidades do Ensino Geral, do Ensino Técnico e Profissional, assim como da Educação Especial, incluindo a atenção, por parte de um especialista cubano, do filho autista do primeiro-ministro, sr. Perry Christie. Atualmente, encontram-se nesse país 31 docentes.
JAMAICA
No âmbito do Congresso Pedagogia’97 foi assinada uma Carta de Intenção entre os ministros da Educação de ambos os países, para o desenvolvimento de um Programa de Colaboração Educativa para o ensino das Ciências Naturais, as Matemáticas e o idioma Espanhol nas escolas jamaicanas, nos níveis primário e de segundo grau. A colaboração acordada iniciou-se no ano 1998, com a chegada dos primeiros colaboradores. Esta cooperação mantém-se até hoje. Atualmente, 46 docentes cubanos dão aulas em instituições jamaicanas, nas especialidades de Agronomia, Educação Física, Espanhol, Física, Matemática e Química.
Em junho de 2000, abriu-se uma nova linha de cooperação com a assinatura de um Convênio entre o Mined e a HEAR-Trust, instituição responsável pela formação técnico profissional, a qual contratou nove especialistas, os quais trabalharam em três centros técnicos.
Existe uma irmanação entre a escola José Martí, na Jamaica e a Escola Cuba-Jamaica, em Cuba.
Alfabetização
A partir do interesse expresso pelo Hon. Robert Montague, ministro do Estado no Gabinete do primeiro-ministro, em 2008 viajou a esse país um assessor cubano para efetuar uma pilotagem de alfabetização na localidade de Gayle, St. Mary, mediante a versão em inglês do programa “Sim, eu posso”.
GRANADA
Nosso organismo manteve colaboração desde o ano 1980 até 1993 com quatro grupos de professores, principalmente na especialidade de Ensino do idioma Espanhol, os quais se distribuíram por anos: oito em 1980; oito em 1981; seis em 1982 e 12 em 1993.
Por ocasião da visita a esse país do comandante Fidel Castro, no ano 1997, a parte granadense solicitou o envio de dez professores de idioma Espanhol, para trabalharem por um período de dois anos em Granada.
Realizou-se uma contextualização do programa cubano de Alfabetização “Sim, eu posso” para esse país e desenvolveu-se uma pequena pilotagem.
REPÚBLICA DOMINICANA
Aplicou-se a segunda etapa para a implementação do método de alfabetização “Sim, eu posso”, a que culminou com a graduação da Pilotagem. Nesta etapa, manteve-se nesse país um assessor cubano, durante três meses, no ano 2005; em 2007 esteve um assessor por 15 dias e em 2009 foi enviado outro assessor durante um mês.
No âmbito da tomada de posse do presidente Danilo Medina, da qual participou uma delegação cubana liderada pelo vice-presidente do Conselho de Estado, Esteban Lazo Hernández, a parte dominicana manifestou a intenção de aplicar o programa cubano de alfabetização “Sim, eu posso”.
Depois de vários meses de intercâmbio de informação, a parte dominicana determinou não aplicar o programa cubano.
Existe um Convênio de Cooperação e Assistência para Atividades Profissionais e Acadêmicas entre a UCPETP ‘Héctor Alfredo Zaldívar’ e a Universidade Autônoma de Santo Domingo. Amparado neste convênio desenvolve-se um Doutoramento em Ciências da Educação com essa instituição dominicana.
SURINAME
Desenvolvem-se ações de colaboração com o Banco Central de Suriname, com a participação de dois especialistas. A contraparte surinamesa projeta a continuidade de um projeto similar neste ano.
Realizaram-se conversações com o ministro da Educação, para o início de ações de colaboração educativa no Ensino Primário.
REPÚBLICA DO PANAMÁ
Ao findar o mês de dezembro do ano 2013, atingem-se resultados superiores na colaboração que desenvolve o ministério da Educação de Cuba (Mined) na República do Panamá. Os sete colaboradores que se encontram nesse país estão incorporados ao programa de alfabetização “Sim, eu posso”. Até à data foram alfabetizadas 67.325 pessoas.
GRANADA
Como resultado da colaboração entre os governos da Granada e Cuba e da Comissão Mista efetuada em Havana, em abril de 2005, acordou-se desenvolver a “Campanha de Alfabetização” com o programa “Yes, I can”, pela primeira vez em inglês e num país caribenho.
Iniciou-se a primeira fase em outubro de 2005. Conseguiu-se alfabetizar um total de 228 pessoas, com a presença de dois colaboradores cubanos em duas etapas, concluindo no ano 2010.
PAÍSES DESENVOLVIDOS
Sevilha, Espanha
O interesse pelo Programa de Alfabetização “Sim, eu posso” foi manifesto, no ano 2006, pela Fundação para a Formação, Inovação e Cooperação de Sevilha, Espanha, quando solicitou ao Instituto Pedagógico Latino-americano e Caribenho (IPLAC) e ao Ministério da Educação de Cuba a possibilidade de aplicar este programa nesta cidade, o qual constituiu a primeira tentativa de introduzir este programa na Europa.
Desde o primeiro momento, a parte cubana mostrou seu interesse de apoiar a Fundação para implementar o Programa, mas não foi possível começar até maio de 2008, momento em que foram outorgados os vistos aos especialistas cubanos por parte do Consulado da Espanha. O Programa foi aplicado até maio de 2011, conseguindo-se um total de 450 alfabetizados.
A partir desse momento, não se conseguiu garantir a continuidade do programa tal e como vinha sendo desenvolvido, por causa do processo das eleições nesse país e a esmagadora vitória do Partido Popular, que deixou claro que a partir da Prefeitura e a Fundação não se continuaria aplicando e embora isso enfraquecesse a disposição da equipe de trabalho, sim influiu do ponto de vista financeiro.
NOVA ZELANDA E CANADÁ
No ano 2002 foi assinado um acordo entre o IPLAC e o Instituto Aotearoa, da Universidade Maori da Nova Zelanda, para a implementação do Programa “Sim, eu posso”, nas populações indígenas. Este acordo foi cancelado no ano 2006, sendo alfabetizadas 2.092 pessoas.
Esta experiência foi transferida ao Canadá, no ano 2006, mas não frutificou devido a problemas de coordenação e econômicos internos, conseguindo-se só a alfabetização de 152 pessoas.
AUSTRÁLIA
Nos anos 2012 e 2013 foram assinadas duas licenças de propriedade intelectual entre o IPLAC e a Universidade da Nova Inglaterra para a implementação da pilotagem do “Sim, eu posso” em comunidades aborígines da Austrália. Este programa teve um bom sucesso nessas comunidades. Participaram dois assessores e foram alfabetizadas 78 pessoas. Atualmente, negocia-se a continuidade destas ações.
Fonte: Relatório do Ministério da Educação. Data: 20/03/2014