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Fidel e a paz

Foto: Juvenal Balán
Foto: Juvenal Balán

Data: 

13/08/2021

Fonte: 

Periódico Granma

Autor: 

Quando na ficha escolar do Colégio de Belén estava escrito que (...) «Fidel tem madeira e não faltará o artista», talvez ninguém tenha pensado no extraordinário pacificador que aquele jovem que iria estudar Direito iria se tornar e de quem não havia dúvida de que encheria «o livro de sua vida de páginas brilhantes».
 
O raciocínio de José Marti fala de como, desde a infância, os traços de caráter aparecem nas atitudes, para posteriormente forjarem-se na idade adulta, e na criança Fidel apareceram até os sentimentos de justiça, rebelião e dignidade.
 
Aquela criança não podia admitir a humilhação de seus superiores, da qual pode vir o abuso de poder; não sentia mais prazer do que na liberdade, gozada à luz do dia, junto à terra e aos rios, a mesma natureza que mais tarde defenderia com unhas e dentes; não soube lidar com a desigualdade, por isso teve como modelo José Martí, o ideal supremo do bem para todos os cubanos; Por isso queria, no limiar de sua maior obra — a Revolução Cubana — que cada filho de Cuba lesse Dom Quixote, símbolo universal da justiça.
 
Sem esses padrões não é possível pensar em paz, aquela submissa complacência a que todo ser humano tem direito e que, no entanto, deve ser conquistada, porque sempre há outros, digamos indivíduos ou pelotões inteiros, dispostos a manchar a honra de seus irmãos, como se merecessem não só ter mais do que aqueles, mas também o poder de se submeter e decidir por eles.
 
A paz, indispensável para a felicidade completa, não pode ser sustentada onde o crime, o conflito prejudicial e o medo prevalecem, e Fidel não apenas a desejou; Fidel fez isso.
 
A paz que ele fundou veio de seu coração, inclinado a abundar nas humanidades de todos os tipos, examinando assuntos e saberes, e penetrando nas almas das pessoas que ele viu em pódios idênticos, com nenhum deles valendo mais que o outro, exceto pelo brilho do espírito.
 
Na ausência de paz plural, ele foi em busca dela. Quando pôde — como consta na nota de seu dossiê — realizar com seu imenso talento o que desejava e viver uma vida repleta de bens de todos os tipos, escolheu um caminho árduo, mas luminoso, e foi ao seu encontro. Fidel sabia muito bem que não haveria paz em sua cabeça, sabendo que um povo inteiro, seu, não a conhecia.
 
Para tê-la, não bastava desejá-la com todas as forças do mundo: era preciso acreditar nela, era preciso lutar por ela. A paz em Cuba ganhou então um nome e foi chamada de Revolução. Sua primeira ferramenta, amor; seus criadores, um grupo de jovens liderados por Fidel, invadindo quartéis cheios de assassinos infames, organizando façanhas nas planícies e montanhas, seguidos por todo um povo cúmplice e ativo, que sabia bem a quem apoiava e por que o fazia.
 
A partir do silêncio e em voz alta, consciente do que era preciso arrancar e o que era preciso fundar, combateu-se o tirano e a ditadura, responsáveis ​​por sofrimentos atrozes, traduzidos no horror de um povo degradado, cego às luzes da educação, da saúde , esportes, cultura, atormentado com indignidades alimentadas por aqueles que saquearam a pátria comum e a colocaram aos pés do império.
 
O sonho da paz, sem cuja garantia o progresso da humanidade é impossível, não foi questão de um dia; paz não era triunfo, embora triunfo fosse o primeiro passo da jornada. A Revolução foi a paz, mas garanti-la foi e tem sido um ataque longo e permanente.
 
Ao traçar e cumprir um programa de aperfeiçoamento constante para Cuba, em busca da honra dos homens e mulheres desta terra, Fidel não só projetou a paz, mas também construiu o país mais pacífico da região, sem mais «armas e drogas» do que os livros, e a sede de conhecimento e crescimento pessoal, uma das formas de acabar com a barbárie. É bem sabido o quanto ele também fez pela paz e equilíbrio do mundo.
 
Em certa ocasião, ele resumiu: «Somos uma nação pequena, mas digna de respeito! Somos uma nação pequena em tamanho, mas grande em dignidade! Somos uma nação pequena, mas que deve ser respeitada, simplesmente porque (...) o povo cubano mostrou que, apesar dos tanques, e dos canhões e das bombas e dos aviões, e apesar dos milhares e milhares de soldados, mais milhares dos que nos podem enviar (...) soubemos arrancar as armas das suas mãos, soubemos conquistar a nossa liberdade com sangue e fogo!».
 
De gente bem nascida é agradecer o que é posto nas mãos de um presente merecidamente concedido. De povos valentes e conhecedores de sua história, de seus verdadeiros amigos e de seus inimigos históricos, nada menos poderia ser esperado.
 
A paz foi o presente que Fidel deu ao povo cubano, e Cuba, grata e heróica, zelará por ela.