O presidente cubano Miguel Díaz-Canel enalteceu o legado do líder afro-americano Malcolm X na segunda-feira, durante sua visita ao Shabazz Center, no popular bairro onde o Harlem e Washington Heights se encontram em Upper Manhattan.
 
Em uma tarde cinzenta e chuvosa, que anuncia a mudança de estação e onde já é necessário usar casacos leves, o presidente recebeu todo o carinho dos representantes de uma comunidade que, em 19 de setembro, há 68 anos, também abriu os braços para o líder da Revolução Cubana, Fidel Castro, quando ele teve um encontro memorável com Malcolm X.
 
Por Fidel e por Cuba, Malcolm X também desafiou as potências imperiais, disse Diaz-Canel, e afirmou que a Revolução Cubana jamais esquecerá seu papel ao convidar Fidel e sua delegação para se hospedarem no Theresa Hotel, no coração do bairro negro do Harlem, quando tentaram boicotar sua presença nas Nações Unidas em 1960.
 
Esse gesto generoso e fraterno culminou no encontro histórico de Malcolm X e Fidel em setembro daquele ano, recordou o chefe de Estado cubano.
 
"Por essas e muitas outras razões que nem é preciso falar, viemos homenagear Malcolm X e, com ele, prestar tributo aos nossos irmãos e irmãs afro-americanos, ao povo dos Estados Unidos, àqueles que lutam pela justiça, contra a exploração e a segregação. A todos aqueles que acreditam, como Malcolm, que um mundo melhor é possível", enfatizou Díaz-Canel.
 
E agradeceu ao povo dos Estados Unidos por seu apoio na luta contra o bloqueio imposto pelo governo norte-americano a Cuba por mais de seis décadas.
 
Díaz-Canel depositou oferenda floral a Malcolm X e, pouco antes de sair, assistiu ao descerramento de uma placa comemorativa e foi ao lugar, no mesmo salão, onde um pequeno pódio com flores brancas recorda onde o líder afro-americano foi assassinado em 21 de fevereiro de 1965.