O bloqueio não vai impedir que Cuba garanta a saúde de seu povo perante a Covid-19
Enquanto o coronavírus provoca a pior crise no âmbito da saúde pública das últimas décadas, Washington se empenha em limitar a capacidade de enfrentamento de Cuba a essa pandemia. Cada dia, a administração de Trump amplia as restrições para impedir o acesso da Ilha a remédios e insumos de primeira necessidade.
O doutor Lázaro Silva Herrera, vice-presidente da empresa importadora e exportadora cubana de productos médicos MediCuba disse que, perante a política genocida do bloqueio, a Ilha responde de maneira contundente: «Temos os recursos indispensáveis para garantir o atendimento médico do povo, nestes tempos da Covid-19».
Destacou que, a partir dos primeiros casos de contágio, Cuba agiu com rapidez. «O sistema de saúde adquiriu logo os recursos imprescindíveis para conter a doença e asistir as pessoas diagnosticadas».
A pesar do acirramento do cerco econômico estadunidense, o especialista reiterou uma mensagem de alívio ao povo cubano: «Embora a situação venha a se agravar, concentraremos nossos esforços em garantir a disponibilidade dos recursos destinados a enfrentar o novo coronavírus, bem como os que são empregados para tratar de outras doenças, que estejam em Cuba no momento oportuno», acrescentou.
Silva Herrera qualificou de convulso o contexto internacional, em meio de uma epidemia que disparou o preço das máscaras de proteção e os ventiladores pulmonares, dos que precisam muitos doentes do perigoso virus.
Quanto aos danos que produz o bloqueio econômico ao setor da Saúde em Cuba, o doutor Néstor Marimón Torres, diretor das Relações Internacionais e Colaboração, do ministério da Saúde Pública (Misap) informou que os prejuízos são contabilizados em US$ 160 milhões, «US$ 60 milhões a mais que na mesma etapa do ano anterior».
O bloqueio impediu, recentemente, a chegada a Cuba de uma doação do fundador da empresa Alibaba, o gigante eletrônico chinês, pois a empresa transportadora pertencia a uma entidade estadunidense. «E esse é apenas um exemplo», lamentou Marimón Torres.
Enquanto a guerra econômica limita o desenvolvimento normal do ramo da Saúde na Ilha, Cuba dá aos Estados Unidos uma lição de humanidade. Dezenas de brigadas médicas estão viajando aos países mais afetados pela pandemia.
«A solidariedade é, nestes tempos, a obra mais humana que possamos defender», afirmaram coincidentemente ambos os especialistas.
EM NÚMEROS
US$ 922,6 bilhões – os danos quantificáveis do bloqueio contra Cuba.
US$ 138,8 bilhões – Os danos aos preços correntes
US$ 4,3 bilhões – Entre abril de 2018 e março de 2019
US$ 104 milhões – Somente na Saúde, entre abril de 2018 e março de 2019: tecnologias, reagentes, matérias primas, equipamentos, remédios…