Cúpula das Américas sem questões centrais, Cuba diz
O presidente cubano Miguel Díaz-Canel disse hoje que a 9ª Cúpula das Américas em Los Angeles, Califórnia, não abordará questões urgentes de interesse para as nações da região. Em um discurso nacional aos representantes da sociedade civil da ilha, que foram excluídos do conclave, o presidente afirmou que Washington não abordará a desigualdade econômica e social que existe no continente.
Nem, disse o chefe de Estado, será analisado por que os Estados Unidos e a região americana são os mais afetados pela pandemia de Covid-19.
O Departamento de Estado americano não pretende tomar medidas práticas em favor do antirracismo, dos direitos das mulheres e das crianças e para aliviar a situação incerta dos migrantes, acrescentou ele.
As agendas do evento vão ignorar o impacto da progressiva mudança climática, desastres naturais, terrorismo de estado, manipulação política através de ações desestabilizadoras sobre os governos deste hemisfério, bem como não confirmar o direito da Argentina às Malvinas, nem o direito de Porto Rico à independência, disse ele.
O presidente salientou que “nos documentos a serem aprovados não haverá pronunciamento contra medidas econômicas coercitivas unilaterais e seu uso contra países da região como arma de pressão política”.
Além disso, disse ele, será ignorada a exigência unânime da América Latina e do Caribe, com apoio quase absoluto da comunidade internacional, de um fim à política hostil imposta pelos Estados Unidos durante 63 anos.
Ele também enfatizou que a comunicação e a interação intercontinental são necessárias. “Deve haver espaços de diálogo e cooperação entre nós, ao sul do Rio Bravo, e as nações ao norte”, enfatizou ele.
A Cúpula, que começou na segunda-feira, está programada para realizar sessões de alto nível na quinta e sexta-feira, mas ainda há algumas incertezas quanto a quais representantes participarão do conclave.